O par GBP / USD caiu para o nível mais baixo desde 2017 (para o nível de 1,2420).
Vários fatores estão jogando contra a moeda britânica de uma só vez: essa é uma alta probabilidade de implementação de um Brexit "hard", um crescimento econômico moderado no país e o fato de que a política monetária do Banco da Inglaterra pode mudar para um curso mais "suave".
Na véspera dos dois candidatos a primeiro-ministro, Boris Johnson e Jeremy Hunt, afirmou que mesmo concessões substanciais por parte da União Europeia sobre a regulamentação da fronteira irlandesa podem não ser suficientes para ratificar o acordo de "divórcio". Isso aumentou a preocupação de que a nova postura do governo britânico sobre o Brexit seria mais rígida, o que poderá levar ao colapso das negociações entre Londres e Bruxelas e a retirada do Reino Unido da UE em 31 de outubro sem um acordo.
Segundo analistas, a dinâmica do par GBP / USD reflete o humor geral do mercado em relação à libra.
A este respeito, é de salientar que a moeda britânica foi incapaz de usar até mesmo as estatísticas positivas sobre o mercado de trabalho do país hoje.
De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS), o salário médio (incluindo prêmios) aumentou 3,4%, em março-maio, com um crescimento esperado de 3,1%. Ao mesmo tempo, o desemprego permaneceu no menor nível entre outubro e dezembro de 1974 - 3,8%.
O setor de emprego no país continua sendo um dos poucos que permanece estável, apesar do estresse constante causado pelo Brexit.
O mercado de futuros já espera uma chance de 50% de reduzir as taxas de juros pelo Banco da Inglaterra em 2019 devido ao risco de saída caótica da Grã-Bretanha da UE, já que a política superou os dados do mercado de trabalho mais fortes do que o esperado.
Neste mês, a libra esterlina atingiu uma baixa de dois anos em relação ao dólar norte-americano.
Analistas consultados recentemente pela Bloomberg relatam que a situação pode piorar no mês que vem. Além disso, esta é uma tendência estabelecida: a queda da libra em relação ao dólar em agosto foi observada nos últimos cinco anos.
"De qualquer forma, teremos motivo suficiente para preocupação em agosto, com a chegada do novo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, como estamos nos aproximando do dia 31 de outubro", acreditam os estrategistas monetários do Royal Bank of Canada.
"Desde que o Parlamento britânico passou as férias de verão, o prazo para a retirada do Reino Unido da UE está inexoravelmente expirando", disse Lee Hardman, analista do MUFG.
O ING Group acredita que B. Johnson se tornará um líder que não conseguirá concluir um novo acordo com Bruxelas. Isso aumentará a probabilidade de que a Grã-Bretanha saia sem um acordo.
A principal mensagem de B. Johnson durante a campanha Brexit foi que este evento não teria um impacto negativo sobre a economia britânica. No entanto, a ironia é que o ex-ministro das Relações Exteriores pode se tornar o primeiro-ministro do país justamente no momento em que a economia nacional experimentará plenamente todo o Brexit.
