Em sua reunião de ontem, o Banco Central Europeu prometeu introduzir novas medidas de estímulo até dezembro, em meio a bloqueios das maiores economias da região da UE.
O fato de o regulador ter deixado sua política inalterada indica que ele tem toda a intenção de estimular a economia para conter a dupla retração que as novas restrições de quarentena ameaçam.
"Todos concordamos que precisamos agir portanto, recalibrar nossos instrumentos em nossa próxima reunião do Conselho do BCE", disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em entrevista coletiva.
Alemanha e França anunciaram repentinamente novos bloqueios em meio à deterioração da situação com o coronavírus, enquanto outros países fecharam a maioria de seus setores de serviços. No entanto, eles ainda afetarão negativamente a recuperação econômica em curso.
"Uma postura fiscal coordenada continua crítica", disse Lagarde, acrescentando que não ficaria surpresa se os governos individuais oferecessem mais apoio fiscal em meio à deterioração das condições.
Com isso, surgem dúvidas de que a UE atingirá a plena recuperação econômica até o final de 2022 e, além disso, dá-se a entender que levará mais de um ano para atingir a meta de inflação de 2%.
As novas restrições na França obriga as pessoas a ficarem em casa e só irem trabalhar se o empregador achar que não podem trabalhar remotamente. As escolas, por sua vez, permanecerão abertas.
Quanto à Alemanha, cuja economia já está perdendo impulso, bares, restaurantes e teatros fecharão em novembro, mas as escolas continuarão abertas e as lojas poderão operar com estritas restrições de acesso.
A Espanha, onde o governo planeja declarar estado de emergência de seis meses, parece já estar de volta à recessão.
A Itália também promulgou novas restrições.
Com isto, Lagarde disse: "O BCE foi um pilar durante a primeira onda, por isso o BCE será um pilar na segunda onda."