No dia 19 de janeiro, foi realizada uma videoconferência dos ministros da Economia e Finanças dos países da UE, na qual foi anunciado um plano para o desenvolvimento do novo sistema financeiro da União Europeia. De acordo com as declarações do Vice-Presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis, o novo sistema financeiro incidirá principalmente em garantir que a moeda única europeia na arena financeira internacional apenas reforce a sua posição de liderança. Para esse fim, os membros da conferência traçaram planos para expandir a cooperação global, negócios e comércio. Ao mesmo tempo, destaca-se a proteção dos interesses, direitos e valores da União Europeia contra qualquer ataque criminoso. Dombrovskis também acrescentou que a cooperação multilateral continua a ser o princípio fundamental para a União Europeia em qualquer área e atividade, no entanto, a ênfase será agora deslocada para alcançar o máximo de independência para a comunidade europeia, quando necessário. Esse novo curso político foi denominado "autonomia estratégica aberta".
Atualmente, o euro é a segunda moeda mais comum no mundo. O plano proposto pela Comissão Europeia traça uma nova estratégia, segundo a qual o papel internacional do euro deverá aumentar significativamente a longo prazo. A economia global se tornará menos dependente de uma moeda específica, portanto, menos vulnerável durante os períodos de turbulência econômica e política. Ao mesmo tempo, várias empresas da União Europeia simplificarão muito seu comércio em todo o mundo devido aos menores custos de transação, seguro e financiamento. De acordo com Dombrovskis, o fortalecimento do euro na arena financeira internacional é benéfico não apenas para os Estados-membros da União Europeia, mas também para toda a comunidade global.
A Comissão Europeia, liderada pelo Banco Central Europeu, já começou a criar uma moeda digital. Já está sendo criado um grupo técnico conjunto para discutir os aspectos políticos, jurídicos e técnicos da provável introdução do euro digital.
Além disso, a Comissão Europeia pretende promover títulos verdes para financiar os grandes investimentos que são necessários para atingir com sucesso os objetivos climáticos e o Acordo Verde Europeu. Assim, mais da metade de todos os títulos verdes globais são denominados em euros, e 30% dos investimentos por meio do plano de desenvolvimento econômico pós-crise da próxima geração da UE estão planejados para serem financiados por títulos verdes.
Além de fortalecer o euro e de criar um euro digital, a Comissão Europeia pretende reforçar o seu sistema financeiro e infraestruturas. Aqui, os importantes líderes da UE veem a gestão dos riscos associados à saída da União Europeia do maior centro financeiro da Europa - o Reino Unido.
Além disso, os chefes da UE estão desenvolvendo suas próprias medidas restritivas contra a influência global. No caso de países que não são membros da União Europeia imporem ilegalmente sanções contra os operadores da UE, e esta compromete-se a responder de forma decisiva. Dombrovskis, a este respeito, disse que a UE vai defender alianças com parceiros, mas, ao mesmo tempo pretende proteger os seus interesses de ações injustas e ofensivas que possam ser impostas de fora.
O euro está a evoluir para o estatuto de moeda base para as indústrias de energia e recursos, o que já se tornou visível no domínio dos mercados da energia nos últimos anos. Assim, o peso do euro nos contratos de gás natural já aumentou para 64% (em 2018 este valor era de 38%). E essa tendência, de acordo com os planos da Comissão Europeia, continuará em mercados emergentes, como o mercado de hidrogênio, incluindo mercados estratégicos de energia renovável.
Vale a pena observar que o Partido Popular Europeu saudou a iniciativa da Comissão Europeia de fortalecer os centros financeiros europeus.
