Era perceptível que o mercado estava nervoso antes da reunião do FOMC. O rendimento do Tesouro dos EUA atingiu um novo máximo anual, e o dólar dos EUA ganhou uma posição no status de ativo seguro. No entanto, o Fed manteve a taxa inalterada, o que já era esperado pela maioria dos especialistas. As taxas de QE também foram mantidas em 120 bilhões por mês, enquanto as projeções para a taxa mudaram ligeiramente. Este ano, todos os 18 participantes do FOMC acreditam que não há necessidade de aumento da taxa. Em 2022, apenas quatro viram tais motivos, enquanto em 2023, só tivemos sete, o que, na verdade é insignificante.
O PCE deve aumentar 2,4% este ano, seguido por um declínio para 2% em 2022, e então outro crescimento para 2,1% em 2023. O PCE de referência, a medida preferida do Fed para a inflação, deve atingir 2,2% este ano e cair para 2% em 2022. Portanto, o Fed confirma que tolerará um período de inflação acima da meta antes de considerar o aumento das taxas de juros.
Enquanto isso, outras projeções do Fed mostraram uma recuperação acentuada no crescimento do PIB para 6,5% em 2021 (anteriormente 4,2%) e 3,9% em 2022. A taxa de desemprego deverá cair para 4,5% em 2021 e, em seguida, retornar a 3,5% no final de 2023. Ao mesmo tempo, é importante notar uma nuance importante - o Fed não vê um crescimento significativo nos salários mesmo com uma taxa de desemprego de 3,5% em 2023. Se a inflação permanecer estável em 2,1% em 2023, então o emprego máximo requer uma menor taxa de desemprego.
Os resultados da reunião do Fed devem ser considerados "dovish". Com efeito, não se pronunciaram sobre uma das principais questões que discordam, nomeadamente a preservação dos benefícios para os bancos, principais compradores da dívida pública. Deve-se observar que esse problema ainda não foi resolvido, o que significa que os privilégios atuais provavelmente permanecerão por enquanto. Para os mercados, isso significa estabilidade e redução de riscos.
O dólar americano caiu claramente, mas nada mudou no longo prazo. Após o recuo de ontem, devemos esperar que ele retorne ao curso ascendente.
EUR/USD
A inflação ao consumidor da zona do euro mostra um crescimento pequeno, mas estável, de 0,9% ao ano. Os dados publicados na quarta-feira estão quase em linha com as previsões.
Os investidores esperam que o BCE execute a tarefa de manter condições de financiamento favoráveis, o que significa a necessidade de direcionar os rendimentos dos títulos de longo prazo, cuja taxa de crescimento não deve ultrapassar a taxa de crescimento da inflação.
Embora a situação no mercado de dívida da zona do euro pareça equilibrada, devemos assumir que o spread dos rendimentos dos títulos dos EUA e da zona do euro será a favor do dólar dos EUA. Nesse caso, a pressão de baixa sobre o euro continuará.
O recuo do euro para cima, para o nível 1,1990, é um bom argumento de venda. Ainda existe uma grande probabilidade de uma queda para o nível 1,1835 com um rompimento subsequente abaixo.
GBP/USD
O Banco da Inglaterra está atrasado em relação ao Fed há vários meses. Portanto, não devemos esperar mudanças drásticas da reunião de hoje. Os sinais vindos dos membros do Comitê são confusos. Haldane fala sobre os riscos de inflação à medida que a economia volta ao normal, o que deve ser considerado um sinal de alta para a libra, enquanto o presidente do BoE, Bailey, não comenta essas mudanças. É possível que o Banco da Inglaterra melhore um pouco suas projeções e avise sobre os riscos das mudanças nos preços de mercado, e só isso. É improvável que a libra esterlina receba apoio após a reunião.
Um aumento para o nível de 1,3978 como reação aos resultados da reunião do FOMC é pouco convincente. Este nível está abaixo da alta anterior de 1.4002 e, portanto, uma queda para a zona de suporte de 1.3910/30 com uma quebra subsequente abaixo, é mais provável. O alvo de longo prazo de 1.3730/50 mantém sua relevância.
