O ouro está tendo dificuldade em se equilibrar constantemente entre um crescimento temporário e outro declínio. Os especialistas estão preocupados com essas flutuações e temem que o metal precioso continue sua tendência de queda.
A atual política monetária dos bancos centrais que visa imprimir dinheiro adicional para cobrir as dívidas do governo apoia fortemente o metal amarelo. De acordo com Michael Gentile, um grande investidor e analista, os governos de vários países estão altamente endividados e dispostos a impulsionar a inflação, mas não conseguem financiar altas taxas de juros. Ele tem certeza de que este é um forte impulso para o ouro. Segundo ele, a maioria dos investidores está focando no aumento das taxas de juros, por considerar necessário vender ouro, pois não gera receita de juros. No entanto, o fato de os governos não conseguirem cumprir com suas obrigações financeiras está alimentando a inflação e reduzindo as taxas de juros. Assim, isso dará suporte ao mercado de ouro no futuro.
Recentemente, o ouro recuperou suas perdas anteriores, mas ainda está sob pressão em meio à melhoria das perspectivas econômicas globais. Isso porque os investidores não querem fugir para o ouro, contando com o crescimento econômico e contando com outros ativos. Nesta situação, o preço do ouro começou a despencar. Na manhã de sexta-feira, estava sendo negociado na faixa de US $1.740 a US $1.741 por onça troy. Pode-se lembrar que ele recuou das máximas locais perto de US $1.750 por onça após a reunião do Fed. Mas agora, está fazendo uma correção na onda de aumento dos rendimentos dos títulos do governo dos EUA. Os especialistas destacaram que o aumento no rendimento dos títulos de dívida dos EUA impede que as cotações do ouro aumentem.
O declínio na demanda por metais preciosos contribui para o humor "dovish" do Fed, devido às previsões positivas para o PIB dos EUA. É justo notar que este indicador foi revisado para cima (dos anteriores 4,2% para 6,5%) para este ano. Esta semana, o ouro recebeu apoio em meio ao colapso do mercado de ações dos EUA, mas foi apenas temporário. Um aspecto positivo desta situação foi a redução da pressão sobre as cotações de metais preciosos decorrente do rendimento crescente dos títulos do governo dos Estados Unidos.
Os analistas acreditam que a dinâmica do ouro é bastante decepcionante, por isso não devemos esperar seu crescimento ativo. Além disso, muito depende da atual política monetária do Fed no futuro próximo. A adoção de um pacote de estímulo nos EUA, no valor de US $1,9 trilhão, também afeta negativamente o ouro. Segundo especialistas, os investidores não consideram o metal precioso como um ativo protetor, enquanto fatores negativos prevalecem no mercado de ouro. Nesse caso, os especialistas destacaram que situação semelhante pode durar até o final do primeiro semestre de 2021. A curto prazo, a consolidação no mercado de "ouro" se transformará em uma correção. Isso desencadeará uma queda no preço do metal precioso para US $1.600 por 1 onça. Segundo cálculos dos analistas do Deutsche Bank, tal cenário pode ser implementado em um futuro próximo. Além disso, seus especialistas reduziram sua previsão de ouro para US $1.500 por 1 onça.
Segundo eles, o preço do ouro cairá em meio à redução na demanda de investimento. Recorde-se que o pico da procura de ouro para investimento foi registrado no auge da pandemia de COVID-19 em 2020. Atualmente, entrou em declínio, enquanto a procura de ouro caiu quase um terço. No momento, os especialistas estão registrando uma tendência de queda na demanda por investimentos em metais preciosos, que pode aumentar em um futuro próximo.
