Novos lockdowns em todo o mundo com o objetivo de interromper a terceira onda da pandemia do coronavírus estão exercendo pressão negativa sobre a demanda por petróleo. As restrições mais duras em vários países importantes afetaram os preços do petróleo. Hoje, eles caíram depois do aumento considerável de ontem. Assim, no momento da preparação deste material, os contratos futuros do petróleo Brent caíram 2,72%, para $ 62,66 por barril, e o WTI - em 3,01%, para $ 59,34 por barril.
Ontem, o petróleo enfrentou um sério apoio que interrompeu a liquidação no mercado de petróleo. As cotações de Brent adicionaram até 6% e o WTI - 5,9%. O motivo foi um navio de contêiner gigante preso no Canal de Suez, bloqueando todo o tráfego em uma das artérias de navegação mais movimentadas do mundo. Como resultado, isso causou um travamento de cerca de 100 navios, alguns dos quais estavam carregados com cerca de 10 milhões de barris de derivados de petróleo. Especialistas alertaram que a operação de resgate pode levar várias semanas. Os analistas garantiram que as cotações do petróleo e os custos do frete aumentariam com segurança e que sua recuperação continuaria até a restauração do tráfego no Canal de Suez.
No entanto, o atual declínio nos preços do petróleo sugere que as preocupações com a demanda em meio às restrições de quarentena, bem como atrasos no fornecimento da vacina COVID-19, acabaram sendo muito mais significativas para os participantes do mercado do que o incidente do Canal de Suez. Além disso, os dados sobre os estoques de petróleo divulgados ontem pela Administração de Informações de Energia (EIA) não podem sustentar os preços do petróleo. Assim, os estoques de petróleo nos Estados Unidos aumentaram 1,9 milhão de barris na semana encerrada em 19 de março. Esse número superou significativamente as expectativas dos analistas, que previam uma redução nos estoques de 1,7 milhão de barris.
Além disso, o petróleo ficou sob pressão com a notícia de que os consumidores asiáticos, em particular a China, cortaram repentinamente suas compras de petróleo em março. Como resultado, vendedores da Europa, África e Estados Unidos correram para procurar novos compradores. No ano passado, quando o grosso dos importadores de petróleo reduziu significativamente suas compras de energia durante os bloqueios, os consumidores asiáticos continuaram a comprar derivados. A China estava comprando volumes excedentes de petróleo, enchendo seus tanques de armazenamento.
Este ano, o mercado está atrasado. Considerando as reservas de petróleo anteriormente acumuladas, as refinarias de petróleo asiáticas reduziram drasticamente suas compras. Não adianta comprar algo novo quando é hora de começar a processar os produtos adquiridos pelo menor preço em meio à crise do coronavírus.
A recusa da China às compras maciças de petróleo, juntamente com a baixa demanda por petróleo na Europa, bem como a temporada de manutenção preventiva das refinarias que se aproxima, não deixa aos fornecedores outra escolha a não ser reduzir os preços das commodities.
Desde o início deste ano, o petróleo agregou mais de 20% em valor. Dada a implementação acelerada das vacinas contra o coronavírus em todo o mundo e os cortes na produção de petróleo da Opep, os especialistas prevem um aumento nos preços do petróleo no longo prazo. A aliança deve realizar outra reunião na próxima semana para decidir sobre os volumes de produção para maio.
