O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC), em seu relatório sobre a mudança climática na Terra, argumenta que a humanidade não tem praticamente nenhuma chance de evitar os desastres naturais que recentemente atingiram várias regiões. Os maiores foram a seca de 1983 na Etiópia, que matou 300.000 pessoas, e o Furacão Katrina, o mais devastador da história, que devastou os Estados Unidos em 2005. Os desastres naturais mais recentes incluem inundações generalizadas na Alemanha e o Furacão Ida, nos Estados Unidos. Não se pode deixar de mencionar os extensos incêndios que engoliram milhões de hectares de floresta na Rússia, Turquia, Estados Unidos e Brasil neste verão.
É evidente que as temperaturas médias na Terra estão aumentando muito rapidamente. Os últimos cinco anos têm sido os mais quentes da história do monitoramento meteorológico. Tais temperaturas foram registradas pela última vez em 1850.
De forma geral, sabe-se que o maior problema da mudança climática é resultado da atividade humana. Segundo os especialistas, as indústrias de transporte, energia e produção emitem cerca de 40 bilhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera. Essas emissões e suas consequências reduzem a eficiência das cadeias alimentares no oceano mundial.
Especialistas da ONU disseram que hoje a temperatura média global é cerca de 1,1 graus Celsius mais alta do que no final do século XIX, e esta média excederá 1,5 graus Celsius nos próximos 20 anos.
A Europa também pode esperar um panorama sombrio. As geleiras da Groenlândia, que já estão derretendo ativamente, nunca poderão retornar ao seu estado anterior, portanto a desestabilização do manto de gelo europeu é inevitável. Cientificamente falando, nosso planeta está se aproximando de uma desaceleração da circulação meridional atlântica (AMOC), o que traz condições climáticas extremas para a Europa. Tempestades de inverno, secas severas no verão e ondas de calor anormais provavelmente serão cada vez mais frequentes. Dezenas de pequenos estado-ilhas podem estar submersas devido à elevação do nível do mar. Por exemplo, o estado de Kiribati no Oceano Pacífico está no local mais perigoso. Segundo o relatório do IPCC, uma elevação da água de apenas 0,9 m inundará dois terços do território do país até o final deste século.
A ONU também informou que a temperatura média global aumentou 1,23 graus Celsius nos últimos 170 anos, o que representa a temperatura mais alta dos últimos 125.000 anos! Hoje, a situação só está piorando e ninguém está mais seguro. A Diretora Executiva do Programa Ambiental da ONU, Inger Andersen, exortou todos os governos a desenvolverem planos para alcançar emissões zero.
O Acordo de Paris é a prova de que quase todos os países reconheceram a ameaça climática e concordaram em combatê-la. Mais de 200 estados pretendem alcançar uma "pegada zero de carbono" até 2050. Entretanto, somente a UE vinculou legalmente sua intenção com um documento segundo o qual até 2030 as emissões nocivas em seu território devem ser reduzidas em 55% (em comparação com 1990). Para este fim, os países da UE em breve introduzirão um imposto de carbono, uma proibição da venda de carros com motores a gasolina e impostos de emissões para companhias aéreas e transportadoras marítimas.
Países de grande porte como os EUA e a China são os que mais poluem a Terra. Eles emitem a metade do dióxido de carbono do mundo. Sob a presidência de Donald Trump, os EUA se retiraram do Acordo de Paris, mas retornam sob a presidência de Joe Biden. O 46º Presidente enfatiza as questões ambientais. De acordo com seu decreto, até 2030, pelo menos 50% dos carros produzidos nos EUA devem estar equipados com sistemas de energia elétrica. A nova administração da Casa Branca pretende estabelecer novos padrões para as emissões de veículos no país. Por falar nisso, os EUA vão gastar 3,5 trilhões de dólares para combater a mudança climática.
Rússia e Japão combaterão juntos a mudança climática
O 6º Fórum Econômico Oriental começou em 2 de setembro na Ilha Russky, em Vladivostok. Nos últimos três anos, o evento tornou-se a maior plataforma internacional para fomentar a cooperação e fortalecer as relações comerciais entre as comunidades empresariais do Extremo Oriente russo e da Ásia-Pacífico.
O Fórum discute as perspectivas do mercado de trabalho russo, o estado atual das pequenas empresas no Extremo Oriente e o setor de turismo. Os participantes do evento também abordaram a questão candente da mudança climática, à luz dos recentes desastres naturais. As negociações resultaram na decisão da Rússia e do Japão de unir forças para conter o aquecimento global e cooperar estreitamente na produção de combustíveis alternativos e no controle de substâncias nocivas.
A Rússia e o Japão estão planejando produzir análogos ecológicos do combustível familiar, em particular hidrogênio e amônia "verde". O hidrogênio é importante no refino de petróleo; o amoníaco será utilizado para fertilizantes e materiais industriais. Estas duas substâncias, que agora são o foco das atenções, deverão substituir as fontes de energia de alto teor de carbono. E o Japão já trocou o gás natural pelo hidrogênio e substituiu o carvão por amônia.
O desenvolvimento de tecnologias que podem ajudar a reduzir as emissões de dióxido de carbono, tais como sistemas de captura e armazenamento de carbono (CAC) e unidades de captura e utilização de carbono (CCU), também é visto como importante.
O Japão declarou que planeja deixar de emitir dióxido de carbono até 2050. Ao mesmo tempo, o governo japonês pretende aumentar sua demanda por amônia, ou seja, até 3 milhões de toneladas por ano até 2030. Atualmente, não há capacidade de amoníaco no país.
Quanto à Rússia, até 2030, pretende também reduzir suas emissões de dióxido de carbono em 70% (em comparação com 1990). Entretanto, os representantes russos ainda não anunciaram um plano atualizado para atingir estes objetivos. Ao mesmo tempo, o Presidente Vladimir Putin prometeu no Fórum que a Rússia certamente terá um desempenho superior ao da União Europeia na redução de emissões e tornará o país mais favorável ao clima nos próximos 20 anos.