O cobre é um dos maiores líderes no mercado de commodities desde 2020. Este metal industrial vermelho brilhante não é apenas uma parte importante do crescimento econômico, mas também necessário para a transição global para fontes de energia sustentáveis.
A china, o maior consumidor mundial, priorizou a redução das emissões de carbono, com o objetivo de reduzir a intensidade de carbono (emissões por unidade do PIB) em mais de 65% até 2030, em comparação com os níveis de 2005. Até 2060, o país quer neutralizá-las completamente.
Nos Estados Unidos, a administração Biden estabeleceu a meta de mudar completamente para eletricidade até 2035, para estar 100% livre de poluição de carbono, e de neutralizá-la até 2050. De acordo com o plano climático americano, os veículos elétricos devem ser responsáveis por pelo menos metade das vendas de carros novos no país até 2030.
Como muito cobre é usado na produção de veículos elétricos, e usa 4 vezes mais cobre que nos carros convencionais, a demanda por cobre está crescendo a um grande ritmo.
Os sistemas eólicos e solares fotovoltaicos têm o mais alto teor de cobre entre todas as tecnologias de energia renovável, o que torna o metal ainda mais importante para alcançar as metas climáticas.
Segundo a CopperAlliance, O sistema de Geração Eólica requerem 2,5 a 6,4 toneladas de cobre por MW para os geradores, cabos e transformadores. Os sistemas de energia solar fotovoltaica utilizam cerca de 5,5 toneladas de cobre por MW.
Um estudo da Fitch Solutions mostra que até 2030, a demanda ambiental dos setores de energia e energias renováveis, assim como de automóveis, representará 7,9% da demanda total de cobre.
A Fitch prevê que, como resultado da transição energética mais ampla, a participação do cobre na energia verde na demanda total crescerá de cerca de 5,6% este ano para 15,7% em 2030. Além disso, a demanda média anual em uma base anualizada nos próximos 10 anos será de 13,0%.
Segundo Cochilco, a comissão do principal produtor de cobre do Chile, a demanda global de cobre este ano chegará a 24 milhões de toneladas, o que é 2,4% maior do que em 2020, e 24,7 milhões de toneladas em 2022, o que é 3% a mais.
Ao mesmo tempo, Ole Hansen do Saxo Bank acredita que a falta de investimento em novas minas para este período e o aumento da demanda devido ao desejo de eletrificar o setor de transportes nos próximos anos causará um enorme déficit.
Por sua vez, a empresa de pesquisa Goehring & Rozencwajg, com sede em Nova York, disse que o ciclo atual levará a um aumento nos preços do cobre, talvez até acima de US$ 10 por libra. Seu relatório indica que a demanda excede visivilmente a oferta. O verdadeiro problema é o inevitável esgotamento das minas de cobre existentes - um problema que está na indústria há mais de uma década. A escassez de novos depósitos de cobre e os custos de capital do desenvolvimento de minas nos últimos anos significa que, uma vez esgotada uma mina existente, sua produção não pode ser substituída de forma oportuna para atender à crescente demanda.
Também é importante notar que dois eventos políticos que ocorreram no segundo trimestre de 2021 podem afetar negativamente a promoção futura do fornecimento de cobre.
No Peru, o novo governo de esquerda liderado por Pedro Castillo está procurando impor um imposto de 70% sobre os lucros da mineração de cobre, o que evitará gastos adicionais em projetos existentes e futuros.
Seguindo o exemplo do Peru, o Chile também propôs uma lei. De acordo com ela, os lucros das minas de cobre serão tributados a uma taxa de 75%. Neste caso, o Peru e o Chile são os primeiros países em termos de produção de cobre.
As empresas mineradoras que possuem ativos de cobre de alta qualidade continuarão a atrair os investidores.