O deflator do PCE (Despesas de Consumo Pessoal, na sigla em inglês) subjacente nos EUA subiu 0,2% no comparativo mensal em setembro, alinhado as previsões. Além disso, o crescimento anual foi de 3,3%, o menor desde março. A ligeira queda permitiu-nos reduzir ligeiramente a intensidade das expectativas de inflação, mas a trégua não deve durar muito - o índice de custos do emprego subiu para 1,3%, o que está acima da projeção de 0,9%. Este é o maior crescimento trimestral em 31 anos, refletindo o crescimento mais rápido dos salários desde 1982.
Enquanto isso, a conclusão do pagamento adicional da COVID-19 sobre o seguro-desemprego pode, finalmente, aumentar a oferta de mão de obra, caso isso aconteça, a pressão sobre os salários pode diminuir, o que, por sua vez, esfriará as expectativas de inflação, mas se isso não acontecer, os problemas com o mercado de trabalho dos EUA serão considerados crônicos pelo mercado, o que pode forçar o Fed a começar a aumentar as taxas mais cedo ou mais tarde. Assim, os dois eventos centrais da semana, particularmente a reunião do FOMC na quarta-feira e os dados não agrícolas na sexta-feira, conseguirão mudar drasticamente o posicionamento do mercado para o dólar dos EUA e desequilibrar os mercados de câmbio se diferirem de alguma forma de expectativas do mercado.
O relatório do CFTC publicado na sexta-feira contém marcadores bastante contraditórios da evolução da situação no mercado de moedas. Por um lado, há um aumento óbvio do interesse em ativos de risco. Todas as moedas de commodities (CAD, AUD, NZD e até mesmo GBP) melhoraram seu desempenho ao formar ou aumentar as posições longas, o que indica um aumento no interesse pelo risco. Por outro lado, com a venda simultânea de CHF e JPY, a posição longa sobre o ouro aumentou em 4,26 bilhões. Isto é muito.
O petróleo também está na zona positiva. É possível que o crescimento do ouro e do petróleo indique que o dólar americano está pronto para novas vendas. A posição longa acumulada do dólar tem caído pela terceira semana consecutiva, desta vez em 1,783 bilhões. O declínio não é em grande escala, portanto é muito cedo para falar de uma reversão completa do dólar americano para as vendas.
Supõe-se que a queda na demanda pelo dólar americano é de curto prazo e não durará muito. Portanto, não devem ser esperados fortes movimentos antes da reunião do FOMC.
EUR/USD
O euro caiu bruscamente no fechamento da sexta-feira após sua tentativa fracassada de subir em meio aos comentários incertos de Lagarde, após a reunião do BCE. Considerando que os especuladores ainda não retomaram a compra do euro, não há atualmente nenhum motor para a continuação do crescimento do euro, nem razões econômicas ou políticas são propícias às compras. O preço alvo ainda está abaixo da média de longo prazo, e não há sinais de reversão.
Pode não haver movimentos fortes antes da reunião do Fed, mas devemos proceder a partir do fato de que qualquer dica sobre a necessidade de responder à inflação crescente após os resultados da reunião de quarta-feira pode ser usada pelos mercados para retomar as compras em dólares, e a meta mais próxima de 1,15 será atingida até o final da semana.
GBP/USD
A posição líquida longa da libra aumentou em 1,147 bilhões durante a semana do relatório, atingindo 1,287 bilhões. Não se pode dizer que a vantagem seja significativa, mas parece que os traders decidiram sobre o futuro da libra e esperam que ela cresça.
É possível que haja expectativas sobre as ações esperadas do Banco da Inglaterra, que realizará uma reunião na quinta-feira. No momento, há expectativas de que o Banco da Inglaterra aumente a taxa em 0,15%, o que é bastante para piorar um pouco as condições financeiras, mas talvez o suficiente para mostrar determinação na luta contra o aumento da inflação.
Até o momento, tudo indica que o par GBP/USD continuará a crescer após uma pequena correção. O recuo da alta de outubro de 1,3833 atingiu agora o suporte de 1,3670, o que representa 38% do crescimento de outubro. Talvez, será encontrado um suporte para a continuação do crescimento. A próxima resistência é de 1.3620, mas um movimento em direção a ela parece improvável. Esperamos que a libra volte a crescer em direção ao alvo mais próximo de 1.3910/30, depois 1.3980/4000.
