A libra esterlina subiu frente ao dólar americano nesta quarta-feira à tarde. Os dados da inflação britânica foram o gatilho para o aumento.
O GBP/USD, por exemplo, subiu para 1,3576 em relação ao nível de fechamento anterior de 1,3533. O índice do dólar, ou sua taxa de câmbio em relação a uma cesta de seis principais moedas, caiu 0,11%, para 95,91.
A inflação no Reino Unido acelerou-se em janeiro para uma alta de 5,5% em trinta anos. Vale notar que os analistas esperavam um valor ligeiramente menor de 5,4%, o que foi observado em dezembro. A inflação dos preços ao produtor (PPI) também ficou acima das expectativas em 9,9%.
No início deste mês, o Banco da Inglaterra disse que esperava que a inflação atingisse um pico de 7,25% em abril, quando as contas de energia do Reino Unido subiram mais da metade.
Os rendimentos dos títulos do governo britânico a 2 anos atingiram seu nível mais alto desde 2011 quase imediatamente após a divulgação dos dados de inflação.
A aceleração no indicador de crescimento dos preços ao consumidor está pressionando fortemente o Banco da Inglaterra, que agora tem boas razões para apertar a política monetária em seu país. Se isso acontecer, a moeda nacional receberá um ímpeto adicional para um forte crescimento. A propósito, o regulador britânico já aumentou a taxa de juros do país duas vezes, ou seja, em dezembro e fevereiro. A partir de hoje, ela se situa em 0,5% ao ano.
Os mercados financeiros preveem que as taxas de juros do Banco da Inglaterra subirão para 2% até o final deste ano, embora a maioria dos especialistas esteja confiante que é improvável que eles se aproximem deste nível.
Em geral, há alguns sinais na Inglaterra que indicam que o pico da inflação está se aproximando. Um dos principais é a desaceleração do índice de preços de compra do produtor para 13,6% y/y em janeiro pelo segundo mês consecutivo. Nos dois meses anteriores, o índice era de 13,9% e 15,2%. Este é um indicador precoce que sugere que haverá menos pressão sobre os produtores a partir dos preços das commodities no futuro. Este processo visa esfriar progressivamente a inflação do consumidor nos próximos meses. A propósito, o próprio Banco da Inglaterra declarou que não espera que a taxa de inflação do país volte à sua meta de 2% antes do início de 2024.
Entretanto, no contexto do enfraquecimento das tensões geopolíticas, o apetite de risco volta a prevalecer nos mercados, fazendo com que o dólar perca seu lado positivo e se enfraqueça visivelmente em relação ao euro. As agências de notícias russas, citando fontes diplomáticas, informaram na quarta-feira que a retirada das tropas das regiões, incluindo a Crimeia, levaria cerca de 3 – 4 semanas. Embora o mercado global continue preocupado com a situação na fronteira com a Ucrânia, o dólar como um ativo porto seguro ainda está perdendo seu atrativo para a maioria dos investidores na quarta-feira.