A Shell comprou 100.000 toneladas de petróleo bruto dos Urais da Rússia na sexta-feira. Foi comprada com um desconto recorde, pois muitas empresas evitaram o petróleo russo por causa da invasão de Moscou no país vizinho. Esta compra não violou nenhuma sanção ocidental. Entretanto, a empresa foi fortemente criticada por estas ações, inclusive pelo Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que pediu à empresa que cortasse todos os laços comerciais com a Rússia.
Hoje a maior empresa petrolífera, a Shell, já pediu desculpas por comprar um lote de petróleo russo e anunciou que está recusando qualquer outra compra de petróleo e gás russo. Como um primeiro passo imediato, a empresa suspenderá todas as compras pontuais de petróleo bruto russo. Também encerrará suas operações de postos de serviço, combustíveis de aviação e lubrificantes na Rússia. O diretor executivo da Shell, Ben van Beurden, disse: "Estamos plenamente conscientes de que nossa decisão da semana passada de comprar uma carga de petróleo bruto russo para ser refinado em produtos como gasolina e diesel - apesar de ser feita com a segurança dos suprimentos na vanguarda de nosso pensamento - não foi a correta e lamentamos".
A Shell também indicou que pretende sair de suas parcerias com o gigante russo do gás Gazprom e entidades relacionadas, e que está pronta para direcionar os lucros de suas compras de petróleo russo com grandes descontos para um fundo destinado à ajuda humanitária às pessoas na Ucrânia.
Van Beurden salientou que os problemas criados pela guerra russo-ucraniana tornam muito difícil escolher entre exercer pressão sobre o governo russo e garantir um fornecimento estável de energia em toda a Europa. Ele acrescentou que, em última instância, os governos tinham que tomar as decisões incrivelmente difíceis e comprometedoras que precisavam ser tomadas durante a guerra na Ucrânia.
Os preços do petróleo subiram no início da semana, mas se estabilizaram um pouco até terça-feira. O petróleo bruto WTI caiu de uma alta de US$123 para US$119,40, mas depois voltou a subir para US$122.
Quanto aos futuros índices de ações dos EUA, eles subiram ligeiramente na manhã de terça-feira no pior dia para o S&P 500 desde outubro do ano passado. Os investidores continuam preocupados com o aumento dos preços do petróleo e a desaceleração do crescimento econômico em meio à invasão russa da Ucrânia. Os futuros do Dow Jones Industrial Average subiram 33 pontos, ou 0,1%. Os futuros da S&P 500 subiram 0,21% e os futuros do Nasdaq 100 ficaram um pouco acima do limiar de rentabilidade.
Quanto ao quadro técnico do S&P 500
A pressão sobre o índice permanece, e há muito menos boas notícias do que más. Hoje, os touros tentarão ganhar uma posição acima de US$ 4.292. Se isto falhar, a pressão sobre o instrumento de negociação aumentará, o que levará a uma diminuição na área de US$ 4.233. Uma quebra desta faixa aumentará a pressão sobre o índice e retornará o mercado de ursos com a perspectiva de atualizar as baixas já: US$ 4.175 e US$ 4.113. A correção acima de US$ 4.292 deixará a esperança de uma recuperação do mercado, no entanto, o que acontecerá na sessão regular de hoje é uma grande questão. Com o crescimento, podemos esperar novas vendas ativas já na região de US$ 4.341 e US$ 4.383. Muito dependerá do futuro desenvolvimento do conflito no território da Ucrânia e do possível diálogo entre os presidentes dos dois países.
