O franco suíço continua a cair ante o dólar americano, caminhando para sua maior queda mensal em quase 10 anos.
Desde segunda-feira, o USD/CHF subiu 1,25% após testar uma nova alta de 0,9701 na quarta-feira. Este é o valor mais alto em quase 2 anos.
Nas negociações de ontem, o dólar americano se valorizou em relação ao franco em cerca de 80 pontos, ou 0,75%. Hoje, continua seu impulso ascendente, tentando alcançar novos picos.
Apesar do cenário, o quadro técnico não é tão otimista quanto pode parecer. A forte tendência de alta do USD/CHF desenvolvida ao longo de abril pode terminar com consolidação no curto prazo. Isso é confirmado pelo Índice de Força Relativa que se aproximou da zona de sobrecompra.
No entanto, o dólar dos EUA ainda tem um forte potencial de alta. A procura por ativos de refúgio está aumentando à medida que o sentimento no mercado de ações está piorando.
Os investidores temem que a China reforce as medidas de lockdown devido a uma nova onda de COVID-19. Novas restrições podem interromper as cadeias de suprimentos, impactando negativamente o crescimento econômico global.
A aversão ao risco em favor do dólar americano é causada pela escalada do conflito russo-ucraniano. A situação geopolítica piorou depois que a Gazprom parou de exportar gás natural para a Polônia e a Bulgária.
Além disso, o aumento dos títulos do governo a longo prazo apoia o dólar. O rendimento de 10 anos do Tesouro americano está prestes a reverter a tendência de queda que vem ocorrendo há mais de 40 anos. Um acordo firme acima de 3% será um ponto de virada para o indicador.
A trajetória atual dos rendimentos do Tesouro é muito semelhante à do USD/CHF. Aparentemente, este par de moedas também está pronto para mudar a tendência de longo prazo. Desde a década de 1970, o franco suíço tem lançado regularmente ganhos anuais contra o dólar. Em média, ele apresentou um avanço de 3% ao ano.
Assim, durante 50 anos, a compra do franco por dólar permitiu aos investidores cobrir totalmente a perda do poder de compra do dólar, com uma taxa de inflação média de 3,9%.
O teste do nível de 1,02 confirmará o reposicionamento das forças em favor do dólar americano.
