A maior crise alimentar da Europa, invisível desde a Segunda Guerra Mundial, está se aproximando. Isto foi noticiado recentemente pelo jornal chinês Xinhua, culpando não apenas a situação militar na Ucrânia, mas também o governo europeu, que impôs duras sanções contra a Rússia.
A Rússia e a Ucrânia juntas são responsáveis por quase um terço do fornecimento mundial de trigo. A Ucrânia também é um grande exportador de milho, cevada, óleo de girassol e óleo de colza. A Rússia e Belarus, que também estão sob sanções, respondem por mais de 40% das exportações mundiais de fertilizantes à base de potássio.
O jornal chinês Xinhua escreve que os países da UE já começaram a sentir a crise alimentar. O jornal chinês Xinhua escreve que os países da UE já começaram a sentir a crise alimentar. Por exemplo, devido às interrupções nas exportações de trigo e milho da Rússia e da Ucrânia, os preços de muitos produtos alimentícios subiram nas lojas europeias e, em alguns países, há uma escassez de certos tipos de produtos, além disso, as vendas de fertilizantes da Rússia e da Bielorrússia pararam, o que fez com que os preços das commodities subissem também. Maximo Torero, economista chefe da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, já admitiu que se este problema não for resolvido, no próximo ano a maioria dos países europeus terá dificuldades com o fornecimento de alimentos. Por sua vez, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na terça-feira que a Rússia é a culpada porque confisca os estoques de grãos e equipamentos especiais e bloqueia os navios ucranianos com trigo e sementes de girassol no Mar Negro. Falando no Fórum Econômico Mundial anual em Davos, Suíça, von der Leyen apelou a todos os países do mundo para se unirem e abrirem rotas alternativas para tirar o máximo possível do importante produto alimentar - grãos - da Ucrânia. Esta ideia foi totalmente apoiada pelos ministros da agricultura da UE na reunião em Bruxelas.
O início da operação militar da Rússia na Ucrânia e a posterior tentativa dos países da Europa Ocidental de prejudicar economicamente Moscou, isolando-a do mercado global, provocou um salto sem precedentes nos preços não só de grãos e fertilizantes, mas também de óleo vegetal e energia.
Moscou argumenta o contrário, culpando os países ocidentais pela criação artificial de uma crise alimentar global, que está sendo implementada por causa das sanções mais duras já aplicadas.
A Comissão Europeia assegura ao público que os estoques alimentares europeus estão sob controle, mas admite que com o déficit das exportações ucranianas de milho, trigo, óleo vegetal e colza, os preços dos alimentos e rações animais em todos os países da União Europeia dispararão, colocando assim pressão também sobre os agricultores.
O sentimento na Europa permanece claramente instável e até mesmo deprimido. O crescimento econômico global está em grande dúvida, especialmente porque vários bancos centrais estão tentando combater a inflação desenfreada através do aperto da política monetária. A chefe do Banco Central Europeu Christine Lagarde anunciou esta semana que a taxa de depósito negativa do BCE começaria a subir em julho. Até o final de setembro, espera-se que esta taxa esteja em zero ou "um pouco mais alta", e então espera-se que continue a subir"em direção à taxa neutra".