No final da semana, o confronto entre as moedas dos EUA e da Europa se manifestou com mais clareza. Não há confronto óbvio no par EUR/USD, mas os esforços do dólar para se consolidar nos limites existentes estão presentes. Ao mesmo tempo, o euro, superando a atração da tendência de queda, busca expandir sua zona de influência.
Na sexta-feira, 16 de setembro, o dólar ligeiramente "desceu do céu" e se afastou das altas de vários anos após um crescimento constante no início da semana. Ao mesmo tempo, os participantes do mercado esperam que o Federal Reserve aumente ainda mais as taxas de juros para conter a inflação. A situação atual contribuiu para o aumento do rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA e elevou a demanda por USD.
O catalisador para o crescimento dos rendimentos dos títulos foram os fortes relatórios macroeconômicos dos Estados Unidos, em particular os dados positivos das vendas no varejo. O índice de preços ao consumidor de agosto na América causou um choque nos mercados, demonstrando uma recuperação inesperada nas vendas no varejo (de 0,3%). Ao mesmo tempo, o Departamento do Trabalho dos EUA informa que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego diminuiu em 5.000, para 213.000. Segundo analistas, isso indica o fortalecimento da economia americana, que conseguirá suportar o aumento das taxas de juros e dele tirar benefícios tangíveis.
Neste contexto, os investidores revisaram suas expectativas em relação ao tamanho do aumento da taxa. Após um forte aumento no índice de preços ao consumidor americano, os investidores esperam que o Fed aumente a taxa chave em mais 25 bps. A implementação deste cenário abrirá novas oportunidades para o dólar norte-americano, dando-lhe outro impulso para o crescimento. No entanto, o fortalecimento da posição de gavião do Banco Central Europeu será um obstáculo para o aumento adicional do dólar. No momento, o BCE está determinado a aumentar as taxas e apertar a política monetária na região.
Na situação atual, está se tornando mais difícil para o dólar manter as posições que conquistou, embora o euro ainda seja fraco. No entanto, a moeda única procura expandir os limites existentes, tentando empurrar o rival americano. O par EUR/USD estava sendo negociado perto de 0,9983 na manhã de sexta-feira, 16 de setembro, tentando ir acima da paridade. O euro foi tropeçado pela crise energética na Europa e por um poderoso aumento nos preços dos combustíveis. As estatísticas macro negativas dos países do bloco euro acrescentaram combustível ao incêndio. Em meados do verão, a produção industrial na região caiu 2,3%, sendo duas vezes pior do que as previsões. O crescimento dos preços ao consumidor teve um impacto extremamente negativo sobre a dinâmica do euro.
Neste contexto, o dólar está ganhando força de forma constante. No futuro próximo, os especialistas esperam uma nova rodada de crescimento do dólar. Um bônus adicional para o dólar americano será outro aumento na taxa Fed.
Na próxima semana, espera-se o chamado "desfile dos bancos centrais", muitos dos quais realizarão suas reuniões sobre a taxa chave. No momento, os futuros sobre os fundos do Fed mostram uma probabilidade de 25% de aumento da taxa em 100 bps. Ao mesmo tempo, o dólar continuará a se fortalecer em um futuro próximo.
A reunião do Fed programada para a próxima semana será o maior evento para os mercados financeiros. Entretanto, eventos importantes também ocorrerão em nível regional, ou seja, reuniões de bancos centrais na Inglaterra, Japão, Suécia e Suíça. Os participantes do mercado esperam que eles aumentem a taxa chave.
A implementação de este cenário fortalecerá a posição do dólar e lhe dará uma vantagem sobre outras moedas. Segundo os analistas, há pouco que possa deter o dólar forte, que subiu 15% em relação a uma cesta das principais moedas. A situação atual é favorável para os touros do dólar, cujas ações puxaram o euro e o iene para os níveis mais baixos dos últimos 20 anos, e a libra para o nível mais baixo dos últimos 40 anos. De acordo com os estrategistas cambiais do Commonwealth Bank of Australia, o dólar permanecerá forte enquanto as perspectivas para a economia global forem fracas o suficiente.
