O dólar está caindo novamente no início da semana após uma forte queda na última quarta-feira, quando o índice do dólar (DXY) perdeu mais de 1%, e mais uma queda na quinta-feira.
Hoje, no momento em que escrevemos este artigo, os futuros DXY estão sendo negociados perto de 111,93, 280 pips abaixo de uma nova alta local de 20 anos alcançada na semana passada.
Parece que os compradores do dólar ainda não decidiram sobre ações ativas. Talvez isto se antecipe ao relatório do Institute for Supply Management (ISM) sobre a atividade empresarial e o emprego no setor de manufatura da economia dos EUA.
O índice PMI para setembro está previsto em 52,3, ligeiramente inferior ao valor anterior de 52,8. Um resultado acima de 50 é visto como positivo e fortalece o dólar americano. No entanto, o declínio relativo esperado é susceptível de alarmar os investidores. O indicador vem caindo gradualmente desde maio deste ano (valores anteriores do indicador: 52,8, 53,0, 56,1, 55,4, 57,1, 58,6, 57,6).
É possível que seu declínio seja maior do que o esperado e isto, de uma forma ou de outra, indica uma desaceleração na taxa de crescimento da atividade neste setor mais importante da economia americana, que não pode ser ignorado pela liderança do banco central ao conduzir um ciclo de aperto da política monetária. Embora, como tem sido repetidamente afirmado por vários representantes da liderança do Fed, é muito provável que uma recessão seja inevitável. Entretanto, a Reserva Federal ainda pretende apertar ainda mais a política monetária, aumentando ativamente a taxa de juros para conter a alta inflação, que não está diminuindo de forma alguma.
Vários discursos dos representantes da Reserva Federal estão programados para hoje (às 13:05, 18:15, 19:10, 22:45 GMT). Presume-se que seus discursos se concentrem na necessidade de maiores aumentos das taxas de juros, e isto muito provavelmente não terá um forte impacto nos mercados que já estão prontos para isso. Mas se eles falarem sobre a possibilidade de uma pausa ou uma desaceleração neste ciclo, a queda do dólar, observada na semana passada, pode continuar esta semana, especialmente sobre os dados macro fracos dos EUA.
O foco dos participantes do mercado será a publicação dos principais dados do mercado de trabalho dos EUA na sexta-feira - o Departamento do Trabalho dos EUA apresentará seu relatório mensal para setembro.
Indicadores positivos são esperados, enquanto o desemprego permanece em níveis mínimos.
Os participantes do mercado que seguem a dinâmica das moedas de commodities e, em particular, do dólar australiano estarão esperando pela publicação amanhã (às 03h30 GMT) da decisão do Banco de Reserva da Austrália sobre a taxa de juros, que está prevista para ser aumentada novamente em 0,50% a 2,85%. Na verdade, este é um fator de alta para a moeda nacional. O AUD também pode receber apoio em meio a uma redução da oferta no mercado de gás natural devido ao enfraquecimento dos gasodutos Nord Stream. A Austrália é conhecida como um importante fornecedor de matérias-primas, incluindo carvão e gás natural liquefeito.
Entretanto, a reação do mercado ao aumento das taxas de juros de amanhã pode não ser muito positiva, e o aumento das taxas pode não se tornar um motor de crescimento para o AUD, dado os riscos crescentes de recessão para a economia australiana.
O RBA, como outros grandes bancos centrais mundiais, está na mesma situação difícil - inflação alta e crescente, por um lado, e uma desaceleração da economia, por outro. Em outras palavras: "as taxas não podem ser aumentadas ou baixadas".
Ao mesmo tempo, o dólar americano continua a receber apoio como um ativo seguro, especialmente dados os altos riscos geopolíticos na Europa e no mundo.
A partir da escrita, o par AUD/USD está sendo negociado próximo à marca de 0,6450, descansando no nível de resistência de 0,6455. Em caso de sua quebra, não é descartado um crescimento corretivo adicional. Em geral, a dinâmica descendente do AUD/USD permanece, tornando as posições curtas preferíveis.
