A moeda norte-americana mais uma vez surpreendeu os mercados ao subir bruscamente nas notícias geopolíticas. Um dia antes, o euro tirou a vitória do dólar, demonstrando um forte crescimento após dados macro positivos sobre a economia da zona do euro. No entanto, algumas horas depois, o dólar fortaleceu sua posição contra um cenário externo desfavorável.
Na noite de terça-feira, 15 de novembro, os especialistas registraram uma queda acentuada nos ativos de risco e um aumento simultâneo no preço dos títulos das empresas de defesa americanas, com o dólar. A razão é a explosão de dois foguetes no território da Polônia, na Voivodia de Lublin, na fronteira com a Ucrânia. Na situação atual, as autoridades polonesas, isto é, o Primeiro-ministro Mateusz Morawiecki, convocaram uma reunião urgente do Comitê de Segurança e Defesa do Governo. As notícias desfavoráveis relacionadas com a queda de mísseis no território da Polônia aumentaram a fuga de investidores do risco para ativos defensivos mais confiáveis, em particular em USD.
Na manhã de quarta-feira, 16 de novembro, a moeda americana começou com um aumento constante em relação a outras moedas mundiais. As expectativas de maior aperto da política monetária da Reserva Federal também contribuíram para o crescimento do dólar. O par EUR/USD começou o novo dia em 1,0377, avançando gradualmente em direção a novos picos.
Um dia antes, o euro estava "a todo vapor", mas agora ficou um pouco nas sombras. Na terça-feira à noite, a moeda única mostrou crescimento, inspirada por relatórios positivos sobre a economia da região. Neste contexto, o euro subiu para 1,0413, saindo com segurança da zona vermelha. Em algum momento, o euro atingiu um pico de 1,0477, forçando o dólar a se render, mas, a vitória do euro foi de curta duração. A divisa norte-americana, aproveitando a turbulência geopolítica, recebeu um poderoso ímpeto de crescimento.
Na terça-feira, os traders e investidores registraram uma série de melhorias na economia da zona do euro, com base nos dados do Eurostat. Segundo as estimativas do ministério, em setembro o déficit da balança comercial externa na região diminuiu para 34,4 bilhões de euros em relação aos 50,9 bilhões de euros anteriores. Ao mesmo tempo, os analistas esperavam um déficit de 44,5 bilhões de euros. Além disso, o índice de expectativas econômicas da zona do euro cresceu significativamente. De acordo com dados do Eurostat, no último trimestre, o PIB de 19 países da zona do euro aumentou 2,1% em relação ao ano anterior e 0,2% em relação ao trimestre anterior.
Após o súbito e acentuado crescimento do euro, os especialistas não descartam a possibilidade de que este aumente para 1.1000. Segundo analistas do DNB Bank, as mudanças atuais no mercado de câmbio indicam o fim gradual da recuperação do dólar. No início desta semana, o par EUR/USD adicionou 1,10%, e este não é o limite. Nesta situação, os investidores esperam que o banco central norte-americano desacelere o ciclo de aumento das taxas de juros, acreditando que a inflação nos Estados Unidos tenha atingido o pico. Entretanto, os analistas do DNB advertem os mercados contra a euforia, alertando sobre um possível declínio do par EUR/USD para 0,9500. Na opinião dos estrategistas monetários, o par estará nesta faixa nos próximos três meses. Se houver uma queda nos mercados acionários globais e o início de uma recessão na economia dos EUA, o par EUR/USD irá novamente abaixo do nível da paridade, acreditam os especialistas. Ao mesmo tempo, o banco central continuará a aumentar as taxas de juros para combater o aumento da inflação, resume o DNB.
Atualmente, os participantes do mercado estão avaliando as perspectivas de uma nova política monetária do Fed. Ao mesmo tempo, 85% dos analistas esperam um aumento das taxas de juros em dezembro de 0,5 pontos percentuais, para 4,25-4,5% ao ano. Na situação atual, os mercados acionários globais não descartam uma reversão na estratégia atual do Fed. Muitos traders e investidores estão confiantes que em 2023 o banco central completará seu ciclo de alta de taxas. Ao mesmo tempo, os analistas admitem o início de uma recessão bastante forte nos Estados Unidos, que proporcionará um apoio significativo ao dólar porto seguro.
