Joe Biden e Kevin McCarthy estão chegando a um momento decisivo em sua luta pelo teto da dívida. O presidente receberá o presidente da Câmara e outros líderes do Congresso na Casa Branca na terça-feira, e durante a reunião, McCarthy provavelmente buscará cortes de gastos como condição para suspender ou aumentar o limite da dívida. Biden, por sua vez, certamente insistirá em separar as questões e pedirá um aumento no limite da dívida.
As apostas são maiores do que apenas a política, já que um default causaria uma venda no mercado, além de poder custar milhões de empregos. Na verdade, os mercados de títulos do Tesouro já mostraram novas preocupações com a possibilidade de os EUA não pagar sua dívida no início de junho. No entanto, as expectativas para a reunião são baixas.
Biden disse que planeja cumprir sua promessa de não negociar sobre o teto da dívida, argumentando que isso criaria um perigoso precedente que permite aos republicanos manterem a economia do país como refém em relação aos seus resultados políticos preferidos.
O índice do dólar mais uma vez se aproximou do nível psicológico de 100:
McCarthy afirma não haver alternativa, e sua posição foi fortalecida durante o fim de semana, quando 43 republicanos do Senado, incluindo o líder da minoria, Mitch McConnell, assinaram uma carta afirmando que não apoiariam um aumento limpo do teto da dívida. Isso é suficiente para impedir que os democratas superem uma obstrução parlamentar se propuserem um aumento sem condições anexadas.
A situação na Avenida Pensilvânia também levou a uma nova consideração de ações executivas, como a referência de Biden à 14ª Emenda, que estabelece que a validade da dívida pública do país não deve ser questionada. Mas quando perguntado em uma entrevista na última sexta-feira, o Presidente disse que "ainda não chegou lá".
A Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, alertou que tal manobra pode iniciar uma "crise constitucional" e pouco contribuir para evitar danos econômicos desnecessários. Especialistas econômicos também afirmaram que isso pode não apenas levar a corte a anular a iniciativa e mergulhar o país em uma crise financeira imediata, mas também afugentar investidores e aumentar os custos de empréstimo para o governo.
"Teremos um desastre econômico e financeiro criado por nós mesmos se não tomarmos nenhuma ação que o presidente Biden e o Departamento do Tesouro dos EUA possam tomar para evitar isso", disse Yellen.
