Ainda que o Fed tenha sugerido mais dois aumentos nas taxas até o final deste ano, os participantes do mercado voltaram a comprar ativos de risco e intensificaram a venda do dólar. Isso sugere que os investidores veem a declaração do Fed como uma intervenção verbal, acreditando que não haverá aumento nas taxas, especialmente se o IPC dos EUA continuar a cair.
A decisão de deixar as taxas inalteradas em junho também dá luz à possibilidade de que não haverá aumento das taxas em julho. Muito dependerá dos dados da inflação ao consumidor de julho, além de outros componentes da inflação, como ganhos salariais médios, índice de gastos com consumo pessoal e indicadores semelhantes.
Em outra nota, o euro subiu na quinta-feira depois que o BCE anunciou outro aumento de 0,25% nas taxas, levando-as para um nível de 3,50%. Em seguida, Christine Lagarde sugeriu a continuação dos aumentos das taxas em julho, o que poderia reduzir a diferença nas taxas de juros entre o BCE e o Fed. Esse cenário será favorável ao primeiro.
Os dados atualizados sobre a inflação ao consumidor na zona do euro serão de interesse hoje, já que as previsões dizem que ela cairá de 7,0% para 6,1% ao ano e, em seguida, não mostrará crescimento mensal. Se isso acontecer, ou se os números forem ligeiramente inferiores, a alta do euro será interrompida, embora por um curto período apenas. Depois disso, o EUR/USD voltará a subir, já que a inflação continua longe do valor-alvo de 2,0%.
Previsões para hoje:
EUR/USD
O par é negociado acima de 1,0900. Uma correção pode ser observada após a divulgação dos dados de inflação da zona do euro. No entanto, ela será seguida por uma reversão e crescimento em direção a 1,1000.
GBP/USD
O par é negociado acima de 1,2750. Pode ocorrer uma correção em direção a esse nível, mas depois a cotação se recuperará e se moverá em direção a 1,2900.
