O par de moedas EUR/USD retomará sua tendência de alta na quinta-feira. Relembrando, no dia anterior, após a reunião do Federal Reserve e o discurso de Jerome Powell, a moeda americana se enfraqueceu, embora ambos os eventos tenham sido moderadamente hawkish. Um aumento adicional de 0,25% na taxa de juros, e Jerome Powell deu a entender que a política monetária será mais rígida em 2023. Apesar disso, o dólar vem caindo constantemente nos últimos dez meses, levantando dúvidas sobre a recente queda injusta do dólar. Na quinta-feira, foi a vez de o euro cair, pois o mercado já havia precificado o cenário mais hawkish em relação ao BCE.
Vamos nos aprofundar um pouco mais nos fundamentos. Atualmente, a retomada da tendência global de alta está sendo adiada, e existe a possibilidade de que ela termine. Poucos fatores sustentam o crescimento de longo prazo do euro, especialmente porque Christine Lagarde mencionou abertamente uma pausa. Há alguns meses, enfatizamos as limitações do BCE em comparação com o Federal Reserve e o Banco da Inglaterra. O regulador europeu deve considerar as condições econômicas de 27 países, estabelecendo um equilíbrio entre estados fortes e fracos. Historicamente, o BCE tem aumentado as taxas de forma menos agressiva do que seus homólogos americanos e britânicos.
Assim, mesmo que o euro tenha subido anteriormente com base em expectativas infladas em relação à política monetária, agora esse fator parece neutralizado. O par caiu abaixo da linha da média móvel, indicando uma possível continuação de sua queda. O euro permanece extremamente sobrecomprado, e não houve correções importantes nos últimos dez meses.
A retórica de Lagarde acabou sendo "dovish".
Christine Lagarde declarou abertamente que o regulador europeu pode fazer uma pausa em setembro. Em essência, essa única declaração dominou o sentimento do mercado. Lagarde esclareceu que as taxas permaneceriam acomodatícias enquanto fosse necessário, e as decisões sobre as taxas seriam baseadas nas informações macroeconômicas recebidas. No entanto, se o BCE tivesse espaço para mais restrições, seu chefe teria indicado essas intenções. Taxas de 4,25% não seriam suficientes para um rápido retorno da inflação a 2%. O BCE agora está priorizando a estabilidade de preços de longo prazo, um movimento que o mercado precisa receber melhor.
Embora o Banco Central Europeu (ECB) possa aumentar as taxas de juros 2 ou 3 vezes, representando um aperto significativo, o mercado não acredita mais em um cenário de aperto agressivo. Como resultado, há decepção no mercado. Essa situação pode marcar um ponto de virada para o par EUR/USD, já que a prolongada alta do euro tem sido inexplicável. Já observamos repetidamente que o dólar cai quase toda vez que o Fed aumenta ativamente as taxas. Talvez o mercado já tenha considerado todas as medidas de aperto nos Estados Unidos, o que explica por que não fez o mesmo com as taxas do BCE. Com base nesta simples questão, o euro deveria cair, possivelmente chegando a 1,05.
Christine Lagarde também assegurou que qualquer pausa, se ocorrer, provavelmente será de curta duração. A chefe do BCE discutiu inflação, atividade empresarial, atividade econômica e baixa demanda externa, mas consideramos o PIB o indicador-chave. A economia da Eurozona não está crescendo e a atividade empresarial no setor manufatureiro continua abaixo da "linha d'água" e continua em declínio. É crucial considerar a situação econômica atual para evitar a necessidade de um novo programa de flexibilização quantitativa (QE) em um ano para estimulá-la e reacender a inflação. Portanto, a retórica de Lagarde pode ser caracterizada como "dovish" (mais suave em relação à política monetária). Como esperado, o euro caiu e o mercado provavelmente perderá confiança nele nos próximos meses.
Em 28 de julho, a volatilidade média do par de moedas euro/dólar nos últimos cinco dias de negociação era de 89 pontos, classificada como "média". Assim, na sexta-feira, prevemos que o par se mova entre os níveis 1,0887 e 1,1065. Uma reversão do indicador Heiken Ashi para cima indicaria uma nova onda de correção para cima.
Níveis de suporte mais próximos:
S1 - 1.0925
S2 - 1.0864
S3 - 1.0803
Níveis de resistência mais próximos:
R1 - 1.0986
R2 - 1.1047
R3 - 1.1108
Recomendações de negociação:
O par EUR/USD retomou seu movimento de baixa e caiu novamente abaixo da média móvel. É recomendado manter posições curtas com alvos definidos em 1,0925 e 1,0887 até que o indicador Heiken Ashi mostre uma reversão para cima. As posições de compra só se tornarão relevantes quando o preço for estabelecido acima da linha de média móvel, com alvos em 1,1108 e 1,1169.
Explicação das ilustrações:
- Canais de regressão linear: Esses canais ajudam a determinar a tendência atual. Se ambos os canais estiverem alinhados na mesma direção, isso indica uma forte tendência.
- Linha de média móvel (configurações 20,0, suavizada): Essa linha identifica a tendência de curto prazo e orienta a direção da negociação.
- Níveis de Murray: Esses níveis servem como pontos-alvo para movimentos e correções.
- Níveis de volatilidade (linhas vermelhas): representam a faixa de preço provável dentro da qual se espera que o par seja negociado nas próximas 24 horas com base nos indicadores de volatilidade atuais.
- Indicador CCI: Sua entrada na área de sobrevenda (abaixo de -250) ou na área de sobrecompra (acima de +250) indica a aproximação de uma reversão de tendência na direção oposta.