O primeiro dia de agosto não foi tão positivo quanto o previsto. Uma inesperada revisão para baixo na classificação de crédito dos EUA anunciada pela Fitch estragou o sentimento nos mercados financeiros. A questão é se isso arruinou completamente o otimismo.
Na terça-feira, foi divulgado que a Fitch Ratings rebaixou a classificação de crédito de longo prazo dos EUA de AAA para AA+ devido à incerteza relacionada à política fiscal e à governança. A agência citou "a piora esperada da condição financeira nos próximos três anos, o ônus da dívida pública ainda alto e crescente e a erosão da administração pública". A agência também se referiu aos repetidos impasses políticos sobre a dívida pública e à resolução de última hora da questão, o que prejudicou a credibilidade da gestão financeira. De fato, a decisão do Fed de aumentar a taxa básica de juros na reunião de política monetária em julho, bem como as novas fofocas sobre a dívida pública, estimulam novos temores e incertezas gerais sobre o que os investidores podem esperar no futuro e, em primeiro lugar, no futuro próximo.
É claro que, na esteira das notícias, os índices de ações mundiais, principalmente os americanos, ficaram sob pressão. Ao mesmo tempo, o dólar, como moeda porto-seguro, recebeu apoio. O índice do dólar americano fechou a sessão de Nova York na terça-feira acima de 102,00 pontos, de acordo com a dinâmica do índice ICE. Mas hoje a situação mudou um pouco, e o impulso de alta do DXY diminuiu.
Devemos esperar um novo fortalecimento do dólar americano?
Acreditamos que não. Sim, ontem os mercados se recuperaram de notícias negativas, registraram lucros parciais e agora estão ansiosos pela publicação de novas estatísticas econômicas dos Estados Unidos, onde os dados sobre o número de novos empregos desempenharão um papel importante. O relatório de emprego ADP deve ser publicado hoje e, de acordo com o consenso, deve registrar um declínio no crescimento de novos empregos. O setor privado dos EUA criou apenas 189.000 empregos em julho, contra 497.000 em junho. Mas, de modo geral, mesmo esses valores, se não forem menores do que o esperado, ainda mostram que o mercado de trabalho é bastante forte.
Se os dados forem um pouco mais baixos do que o esperado, isso pode tradicionalmente esmagar o dólar americano. Ao mesmo tempo, números mais altos do que o previsto podem apoiar o dólar localmente, mas é improvável que isso se transforme em uma forte alta. Em primeiro lugar, as folhas de pagamento oficiais do setor não-agrícola, que devem ser divulgadas na sexta-feira, ainda estão no topo da agenda. Em segundo lugar, como já apontamos várias vezes, o ciclo de aumento das taxas nos Estados Unidos está chegando ao fim. Portanto, se o Federal Reserve aumentar a taxa de fundos novamente em 0,25%, isso poderá ser o fim da política de aperto. Pelo contrário, ainda esperamos que o dólar americano permaneça sob pressão em relação à cesta das principais moedas, cuja dinâmica é refletida pelo índice ICE.
Previsão Intradiária
EUR/USD
O par de moedas está sendo negociado em uma tendência de alta de médio prazo. EUR/USD encontrou suporte em cerca de 1,0950. O preço pode se recuperar primeiro para 1,1080 e depois para 1,1255. A principal condição para esse comportamento do mercado é o sentimento de alta sobre o euro e as expectativas de novos aumentos das taxas pelo BCE. Além disso, um bom presságio para o EUR/USD pode ser a decisão do Banco da Inglaterra de aumentar as taxas de juros amanhã.
USD/JPY
Após as notícias da Fitch Ratings, o mercado diminuiu suas preocupações. Como resultado, o USD/JPY pode ficar sob pressão porque os investidores mudarão o foco do dólar como um ativo porto-seguro. Se o USD/JPY cair abaixo de 142,75, pode despencar para 141,00.
