Enquanto a economia do Reino Unido vacila à beira da recessão e da estagflação, o mercado de futuros está indicando uma probabilidade de 80% de outro aumento na taxa de recompra para 5,75%. No entanto, nem os especialistas da Bloomberg nem o Banco da Inglaterra acreditam nesse cenário. A libra continua a ser influenciada por fatores externos. A libra esterlina tornou-se um dos principais beneficiários da reação inesperada do mercado ao relatório de emprego dos EUA de setembro. No entanto, ninguém pode garantir que o impulso de alta do GBP/USD durará muito tempo.
Aparentemente, o aumento de 336.000 postos de trabalho deveria ter enfraquecido os oponentes do dólar americano. O indicador mostrou o melhor desempenho desde janeiro. O desemprego continua em seu nível mais baixo em meio século, e o crescimento dos salários supera a inflação. O crescimento da renda real da população é uma boa notícia para a economia. Entretanto, para o Federal Reserve, é um verdadeiro quebra-cabeça. Apesar do aperto monetário agressivo, por que o PIB dos EUA não está desacelerando? Eles deveriam retomar o aperto da política monetária? Ou o mercado de dívida fará todo o trabalho sujo para o Banco Central por meio de uma alta nos rendimentos?
Com base no posicionamento, os especuladores estavam antecipando boas estatísticas do mercado de trabalho antes do relatório de emprego dos EUA de setembro. Os fundos de hedge aumentaram suas posições compradas no dólar dos EUA por três semanas consecutivas, levando-as ao seu nível mais alto desde junho. Os gerentes de ativos têm sido os menos pessimistas em relação ao dólar dos EUA em cerca de um ano.
Dinâmica do índice USD e posições dos fundos de hedge no dólar americano.
Os investidores que compraram a libra esterlina antes do anúncio do Banco da Inglaterra foram recompensados. A moeda subiu acima de 1,225, em vez de cair abaixo de 1,204. Entretanto, é possível que a libra esterlina possa continuar a subir no curto prazo, mas os fundamentos ainda apontam para uma tendência de queda.
O fechamento de posições especulativas é uma coisa, mas os fundamentos são outra. A tendência de queda do GBP/USD baseia-se na divergência das políticas monetárias entre o Federal Reserve e o Banco da Inglaterra e na divergência do crescimento econômico entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha.
Os Estados Unidos estão enfrentando alguns desafios econômicos, como os efeitos retardados do aperto monetário do Fed, a retomada dos pagamentos de empréstimos estudantis, a ainda possível paralisação do governo e o aumento dos preços do petróleo. No entanto, os investidores já estão cientes desses desafios. Mesmo assim, os Estados Unidos continuam firmes e seu dólar continua sendo o favorito no Forex.
A Grã-Bretanha não pode competir com uma economia forte ou com o desejo do Banco da Inglaterra de retomar um ciclo de aperto monetário. Embora os dados mais recentes sobre a atividade comercial do Reino Unido tenham sido ligeiramente melhores do que o esperado, o PMI ainda está abaixo da marca crítica de 50, sinalizando uma contração do PIB. Não há como o país competir com os Estados Unidos.
Tecnicamente, no gráfico diário do GBP/USD, há uma batalha pelo valor justo em 1,219. Se uma barra interna for formada no final das negociações em 9 de outubro, faz sentido colocar ordens pendentes para vender a libra a partir de 1,217 e comprar a partir de 1,223.
