O movimento do preço do ouro é objeto de uma luta entre duas forças opostas. Por um lado, a instabilidade geopolítica e a ameaça de que o conflito em Israel e Gaza possa se espalhar por toda a região continuam a estimular a demanda pelo metal precioso. Por outro lado, após a divulgação dos dados econômicos dos EUA, que tiveram um desempenho melhor do que o esperado e levaram a um fortalecimento imediato do dólar americano, isso apoiou o rendimento dos títulos do Tesouro e reduziu a atratividade do ouro, que não gera rendimento.
Com um rendimento de títulos em torno de 5%, os títulos do Tesouro dos EUA podem se tornar um ativo porto-seguro atraente e competir com o metal precioso.
Também vale a pena lembrar que a postura agressiva do Federal Reserve continua a ser um risco para o ouro. Existe a possibilidade de que o banco central dos Estados Unidos mantenha as taxas de juros inalteradas na próxima semana. No entanto, há expectativas de que a postura hawkish de manter as taxas de juros altas por um período mais longo continuará a apoiar os rendimentos mais altos dos títulos e a fortalecer o dólar dos EUA, que são dois obstáculos tradicionais para o ouro.
Embora o Federal Reserve não planeje cortar as taxas no futuro próximo, o fim do ciclo de aperto das taxas, de fato, oferece algum suporte ao ouro no futuro.
Mas a correlação negativa entre o ouro e os rendimentos dos títulos pode continuar fraca, já que os investidores se concentram em possíveis problemas de dívida nos Estados Unidos.
A dívida de US$ 33 trilhões dos EUA é um motivo substancial para considerar se manter títulos do Tesouro neste momento é uma escolha sábia.