Os preços do ouro registraram um ligeiro recuo em comparação com o pico anterior, acima de US$ 2.050 por onça. Essa variação está correlacionada à reação do mercado diante de uma atividade econômica mais robusta do que o esperado no terceiro trimestre.
Segundo o Bureau of Economic Analysis, na quarta-feira, a segunda divulgação do PIB para o terceiro trimestre mostrou um crescimento de 5,2%, superando a estimativa anterior de 4,9%.
O relatório aponta que a atualização, em grande parte, refletiu uma revisão positiva nos investimentos em capital fixo não residencial, bem como nos gastos do governo em âmbito estadual e local. Esses aspectos foram parcialmente compensados por uma revisão negativa nos gastos do consumidor.
Como as previsões consensuais apontavam para um crescimento de 5,0%, a atividade econômica acabou superando ligeiramente as expectativas. Entretanto, é relevante notar que o estímulo ao crescimento econômico no terceiro trimestre foi impulsionado pelos gastos do governo, o que sugere que esse crescimento pode não ser sustentável em longo prazo.
O aumento nos estoques e nos gastos governamentais explica as revisões ascendentes no PIB. Em algum momento, quando os gastos governamentais diminuírem, é provável que esse crescimento seja revertido. Adicionalmente, a previsibilidade dos estoques diminuirá gradualmente.
Em termos percentuais, a força do dólar é cerca de três vezes maior do que a atual queda percentual do ouro. Atualmente, o dólar subiu 0,09%, empurrando o índice acima do fechamento de ontem para o valor atual de 102,83. Isso indica que as compras estão ocorrendo de forma incremental, e a modesta força do dólar criou obstáculos para o ouro que podem ser facilmente superados com a compra do ouro.
Embora as mudanças de ontem nos preços do ouro possam ser melhor caracterizadas como moderadas, os principais fatores fundamentais que inicialmente impulsionaram o ouro durante a última etapa dessa alta permanecem.
Persiste a opinião generalizada de que o Federal Reserve provavelmente concluiu um ciclo agressivo de aumento das taxas de juros que começou em março de 2022. A próxima reunião do FOMC está marcada para começar em 14 dias e, atualmente, apesar de dados mais fortes do que o esperado, de acordo com a ferramenta CME FedWatch, há 95,8% de chance de que o Federal Reserve mantenha suas taxas de juros atuais. Ao mesmo tempo, uma minoria de 4,2% prevê um aumento da taxa em um quarto de ponto percentual.
Entretanto, nos últimos dias, uma declaração importante foi feita por um membro do Federal Reserve com peso significativo no voto - o governador Christopher Waller. Waller deu a entender que, se o declínio da inflação continuar e se aproximar da meta de 2%, o Federal Reserve poderá iniciar um ciclo de cortes nas taxas já no segundo trimestre do próximo ano. Dessa forma, o ouro aumentará seus lucros.
