O par de moedas EUR/USD continua próximo à linha da média móvel, mais precisamente, abaixo dela. Mesmo que se mova acima em breve, isso não deve alterar muito a situação. Em resumo, recapitulando a situação atual: o par subiu por três meses, seguido por uma correção descendente e, nos últimos dias, permaneceu praticamente estagnado.
Contudo, esse comportamento do par não surpreende. É necessário considerar mais fundamentos e aspectos macroeconômicos nos primeiros três dias desta semana, sendo os dois dias restantes de dados bastante limitados. O único relatório de destaque é sobre a inflação nos EUA, que será divulgado na quinta-feira. Todo o restante se resume a informações secundárias. Sem notícias, relatórios ou eventos, a lentidão nas negociações é um desenvolvimento natural.
É relevante mencionar separadamente os eventos fundamentais. Há dois meses, começamos a observar que os discursos dos representantes do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE) estavam perdendo seu impacto perante os traders. Antes, cada discurso de um representante do banco central era aguardado com grande expectativa, esperando por novas dicas sobre a direção futura das taxas de juros. Agora, está claro para todos: as taxas atingiram seu limite e provavelmente só diminuirão.
Pode-se presumir que o mercado esteja à espera de indicações sobre o timing do primeiro corte de taxa na União Europeia ou nos EUA, mas parece não ser o caso. O dólar tem apresentado queda constante nos últimos três meses, indicando que o mercado já definiu quem, quando e em quanto as taxas serão reduzidas em 2024. A crença geral é que o Fed iniciará o ciclo de flexibilização, seguido pelo BCE, e o Banco da Inglaterra será o último. Assim, o dólar permanece sob pressão do mercado com base nas expectativas das taxas pelos traders, independentemente de sua precisão.
Recentemente, Raphael Bostic, Presidente do Federal Reserve Bank de Atlanta, proferiu um discurso. Alguns analistas atribuíram grande importância a esse evento, presumindo que o discurso de Bostic provocou outra queda no dólar, embora tenha sofrido apenas pequenas variações naquele dia, possivelmente devido ao ruído do mercado. Em seu discurso, Bostic destacou o bom progresso no controle da inflação e ressaltou que o Fed está no caminho certo para alcançar sua meta de 2%. Ele também mencionou que a inflação nos Estados Unidos está desacelerando mais rápido do que o esperado. No entanto, não fez menção a um possível corte de taxa e, na verdade, deu a entender que manteria a taxa no nível atual para garantir uma desaceleração ainda maior no Índice de Preços ao Consumidor.
Na realidade, a inflação nos Estados Unidos tem crescido mais do que diminuído nos últimos meses. Os representantes do Fed não analisam esse indicador mensalmente, mas consideram a tendência geral e os valores medianos. Segundo esses parâmetros, a inflação está desacelerando, o que é inegável. Contudo, por estar acima de 3%, ainda é cedo para debater sobre um corte na taxa básica. A falta de menção a uma flexibilização iminente por parte de Bostic pode sugerir que a suposição de um início de flexibilização em março pelo Fed seja precipitada. O relatório de inflação de dezembro, previsto para esta semana, pode indicar outra aceleração.
Portanto, continuamos a acreditar que o euro está supervalorizado e o dólar, subvalorizado, e esperamos uma queda no par EUR/USD.
A volatilidade média do par de moedas EUR/USD nos últimos cinco dias de negociação, a partir de 10 de janeiro, é de 73 pontos, caracterizada como "média". Portanto, esperamos um movimento entre os níveis 1,0856 e 1,1002 na quarta-feira. Uma reversão para cima do indicador Heiken Ashi indicará uma nova tentativa de se estabelecer acima da média móvel e mudar a tendência.
Níveis de suporte mais próximos:
S1 - 1.0925
S2 - 1.0864
S3 - 1.0803
Níveis de resistência mais próximos:
R1 - 1.0986
R2 - 1.1047
R3 - 1.1108
Explicações sobre as ilustrações:
Canais de regressão linear - ajudam a determinar a tendência atual. Se ambos apontarem na mesma direção, a tendência é forte no momento.
Linha de média móvel (configurações 20,0, suavizada) - determina a tendência de curto prazo e a direção em que a negociação deve ser conduzida.
Níveis de Murray - níveis-alvo para movimentos e correções.
Níveis de volatilidade (linhas vermelhas) - o provável canal de preço no qual o par se moverá no dia seguinte, com base nos indicadores de volatilidade atuais.
Indicador CCI - sua entrada na área de sobrevenda (abaixo de -250) ou na área de sobrecompra (acima de +250) indica uma reversão de tendência que se aproxima na direção oposta.
