A libra esterlina liderou a corrida cambial do G10 e está ansiosamente aguardando relatórios cruciais sobre o mercado de trabalho, inflação e vendas no varejo. A expectativa de um aumento mais gradual das taxas pelo Banco da Inglaterra, em comparação com o Fed, confere uma vantagem significativa aos "touros" do GBP/USD. Embora a economia do Reino Unido pareça mais frágil do que a dos EUA, no mercado Forex, o que realmente importa é a dinâmica em vez da estática. A desaceleração do PIB dos EUA, contrastando com a recuperação de sua contraparte britânica, instila confiança na libra esterlina.
Segundo o ING, a flexibilização da política monetária na Grã-Bretanha será mais eficaz do que nos EUA. A redução das taxas hipotecárias diminuirá a pressão sobre os gastos das famílias. A expansão monetária ajudará o governo e possibilitará ao chanceler Jeremy Hunt oferecer estímulo fiscal na forma de cortes de impostos antes das eleições. A queda nos rendimentos dos títulos reduzirá os gastos do orçamento com o serviço em cerca de £12 bilhões. Como resultado, a probabilidade de uma aterrissagem suave aumentará consideravelmente, o que terá um impacto positivo na libra.
Por outro lado, os "touros" do GBP/USD podem perder sua vantagem devido a uma desaceleração excessivamente rápida dos preços ao consumidor. O IPC do Reino Unido subiu 3,9% em novembro, e os especialistas da Bloomberg esperam que ele desacelere para 3,8% em dezembro. Esses números são consideravelmente mais altos do que nos EUA e na zona do euro, o que permite que o mercado de derivativos antecipe uma flexibilização mais lenta da política monetária pelo Banco da Inglaterra em comparação com o Fed ou o BCE. Os derivativos estão projetando cinco cortes nas taxas do BoE, em comparação com seis do Fed. Eles preveem o início da expansão monetária em Londres em maio, em comparação com março em Washington.
Dinâmica da inflação em diferentes países
No entanto, a Capital Economics acredita que, até abril, a inflação na Grã-Bretanha cairá para 1,7% devido a uma base mais alta no início de 2023. Nos EUA, será de 2,6%, e na zona do euro - 2%. Se isso acontecer, as chances do mercado para uma redução na taxa de recompra mudarão rapidamente, desferindo um golpe inabalável nas posições dos "touros" no GBP/USD.
Embora as previsões da Capital Economics mereçam atenção, a dinâmica do poder no par analisado será determinada pelas estatísticas macro e pelas decisões do Banco da Inglaterra. Nesse sentido, o calendário econômico movimentado para a semana que antecede o dia 19 de janeiro aumenta a probabilidade de flutuações acentuadas no GBP/USD. Juntamente com a desaceleração do IPC de 3,9% para 3,8% e do núcleo da inflação de 5,1% para 4,9%, os especialistas da Bloomberg esperam uma redução nas taxas médias de crescimento salarial de 7,3% para 6,6%. Essa dinâmica dos indicadores sugere que os processos deflacionários no Reino Unido são mais lentos do que nos EUA e na zona do euro.
Tecnicamente, depois de formar uma combinação de padrões como Três índios e 1-2-3 no gráfico diário do GBP/USD, o mercado entrou em um estado de consolidação próximo ao valor justo de 1,272. Somente seu rompimento, seguido por um ataque bem-sucedido ao suporte na forma de um nível de pivô em 1,268, permitirá a venda do par. Por outro lado, um teste bem-sucedido da resistência em 1,2785 é um motivo para sua compra.
