O par EUR/USD iniciou a semana de negociações de maneira calma. Os ursos estiveram no controle na primeira metade do dia. No entanto, não é totalmente correto falar em iniciativa nesse contexto, já que o preço oscilou dentro da oitava cifra. Na semana passada, os ursos tentaram empurrar o preço abaixo do nível de 1,0800, enquanto os touros tentaram alcançar os limites da nona cifra, mas ambos os esforços foram em vão. O par continua a flutuar dentro do oitavo valor pela terceira semana consecutiva, demonstrando a indecisão dos traders. Na minha opinião, é normal que ambos os lados estejam cautelosos, considerando os próximos eventos.
Gostaria de lembrá-lo de que o par EUR/USD se fortaleceu na sexta-feira devido a dois fatores: primeiro, o aumento da inflação na zona do euro e, segundo, o índice básico de despesas de consumo pessoal (PCE) estagnado nos EUA. O núcleo da inflação na zona do euro acelerou pela primeira vez desde julho passado, atingindo 2,9% em relação ao ano anterior. Antes disso, o indicador estava em declínio constante há nove meses. O IPC também ficou no "verde", subindo para 2,6% em relação ao ano anterior, comparado ao aumento previsto de 2,5%.
Esse relatório deu um respaldo substancial ao euro, especialmente porque foi publicado um indicador de salários, que também ajudou a moeda única: os salários negociados na zona do euro aumentaram a uma taxa anual de 4,69% no primeiro trimestre de 2024, após um aumento de 4,50% no quarto trimestre.
Em contrapartida, o dólar reagiu negativamente ao indicador crucial de inflação monitorado de perto pelos membros do Federal Reserve. O núcleo do índice PCE permaneceu em 2,8% em abril. Esse nível também foi observado em março e fevereiro, e anteriormente em abril de 2021. O fato de esse importante indicador de inflação ter ficado estagnado está aumentando a pressão sobre os otimistas do dólar. A complexidade da situação é agravada pelo atual "período de blackout", durante o qual nenhum membro do Fed pode comentar sobre a situação. Só ouviremos suas opiniões sobre o núcleo do índice PCE após o anúncio dos resultados da reunião de junho do Fed, que ocorrerá na próxima quarta-feira.
A correção do EUR/USD na segunda-feira foi desencadeada pelos dados revisados do PMI do setor industrial da Alemanha, França e zona do euro. Esperava-se que as estimativas finais coincidissem com as iniciais, mas quase todos os componentes da publicação acabaram no "vermelho". Especificamente, o PMI do setor industrial francês ficou em 46,4, enquanto a estimativa inicial era de 46,7. O índice geral da zona do euro também foi revisado para baixo (47,3, inicialmente 47,4). Embora os indicadores tenham diminuído ligeiramente em relação às estimativas iniciais, isso exerceu uma pressão de fundo sobre o euro, especialmente porque todos os índices estão em território de contração há muitos meses.
O relatório permitiu que os ursos testassem a mínima diária, atingindo a marca de 1,0830 (a linha média do indicador de Bandas de Bollinger no gráfico diário), mas eles não conseguiram manter o sucesso. Na segunda metade do dia, os touros tomaram a iniciativa devido à ampla fraqueza do dólar. O dólar ficou sob pressão novamente após a divulgação do Índice ISM de Manufatura. No mês passado, esse indicador exerceu uma pressão expressiva sobre o dólar, pois entrou inesperadamente no território de contração. Em vez do aumento esperado para 50,4, ele caiu para 49,2. Antes da última divulgação, os especialistas haviam previsto uma dinâmica positiva, esperando que o índice subisse para 49,8 em maio. Alguns analistas até previram um aumento mais substancial para 50,3 (um retorno ao território de expansão). No entanto, o índice caiu para 48,7. E, em vez do crescimento esperado, o indicador mergulhou ainda mais no território de contração. Essa tendência de queda foi registrada pelo segundo mês consecutivo. Além disso, o índice de novos pedidos do setor industrial caiu para 45,4, contra um aumento previsto para 49,4 e um valor anterior de 49,1.
A queda consistente do Índice Industrial do ISM nos últimos dois meses é um sinal de alerta para o dólar, indicando uma possível fraqueza econômica. Esse fator adiciona um argumento a favor de um possível corte na taxa de juros pelo Fed na reunião de setembro, como uma medida para estimular a economia. Embora o resultado da reunião de setembro dependa em grande parte da dinâmica da inflação e do mercado de trabalho, a tendência de queda dos índices do ISM também pode desempenhar um papel. Não decisiva, mas ainda assim significativa.
Em resposta ao relatório, o par EUR/USD saltou para os limites do nível 1,09, mas (por enquanto) ainda está sendo negociado abaixo da meta de 1,0900. Essa é uma nuance importante porque os investidores só devem considerar posições de compra no par quando o preço se consolidar acima do nível de resistência de 1,0920 (a linha superior do indicador Bollinger Bands no gráfico diário). Se os touros não conseguirem romper o nível de 1,08, não recomendamos entrar em posições de compra - o risco de um recuo para baixo é muito alto.
