Sinais cautelosos do Fed esfriam o entusiasmo dos investidores
O mercado acionário dos EUA encerrou o pregão de quarta-feira com poucas mudanças, com o índice S&P 500 praticamente estável. Os investidores reagiram ao discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que alertou que a inflação pode voltar a acelerar com a chegada do verão, em parte devido aos efeitos da política tarifária do ex-presidente Donald Trump. Segundo Powell, essas tarifas já começam a pesar diretamente no bolso dos consumidores.
Fed mantém postura, mas número de membros com viés mais duro cresce
Como esperado, o banco central americano manteve a taxa básica de juros inalterada. As projeções para este ano ainda incluem dois possíveis cortes, mas há um aumento nas divergências internas: um número crescente de dirigentes não vê motivos para afrouxar a política monetária. Além disso, o ritmo previsto para a redução dos juros foi revisado — agora, espera-se apenas um corte de 0,25 ponto percentual em 2026 e outro em 2027.
Comentários de Powell mudam o rumo do pregão
Inicialmente, a sessão era de leve alta — os investidores demonstravam otimismo moderado. No entanto, após as declarações de Powell, o humor do mercado mudou: os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA recuperaram parte das perdas anteriores, e o índice S&P 500 perdeu força.
Tecnologia sobe, energia recua
Os setores do mercado reagiram de forma mista: tecnologia da informação liderou os ganhos, enquanto as empresas de energia enfrentaram as maiores perdas. O índice setorial de tecnologia do S&P 500 (.SPLRCT) figurou entre os destaques positivos, enquanto o setor de energia (.SPNY) ficou sob maior pressão.
Desempenho dos principais índices dos EUA:
- Dow Jones Industrial Average (.DJI): queda de 44,14 pontos (-0,10%), para 42.171,66
- S&P 500 (.SPX): recuo de 1,85 ponto (-0,03%), para 5.980,87
- Nasdaq Composite (.IXIC): alta de 25,18 pontos (+0,13%), para 19.546,27
Pedidos de auxílio-desemprego caem, mas preocupações persistem
O Departamento do Trabalho dos EUA informou uma leve queda nos pedidos iniciais de auxílio-desemprego em relação à semana anterior. No entanto, economistas alertam que a redução ainda reflete uma perda de fôlego no mercado de trabalho em junho.
Aprovação regulatória impulsiona criptomoedas
As ações da Circle Internet (CRCL.N), emissora de stablecoins, dispararam 33,8% após o Senado dos EUA aprovar um projeto de lei voltado à criação de um ambiente regulado para criptomoedas atreladas ao dólar. Participantes do mercado interpretaram a medida como um passo importante rumo à legitimação dos ativos digitais no sistema financeiro americano.
Preços do aço sobem, e ações da Nucor acompanham
A gigante do setor siderúrgico Nucor (NUE.N) registrou alta de 3,3% em seu valor de mercado após divulgar projeções trimestrais acima das expectativas dos analistas. A empresa citou demanda sólida e melhora nas margens, o que levou os investidores a adotarem uma visão cautelosamente otimista sobre o setor.
Geopolítica e Fed geram inquietação entre investidores europeus
Os mercados acionários da Europa abriram em queda nesta quinta-feira. O índice pan-europeu STOXX 600 recuou 0,6%, fechando em 537,37 pontos, o menor nível em quatro semanas. A crescente ansiedade dos investidores está ligada tanto aos alertas do Fed sobre a inflação quanto aos temores de uma possível ampliação do envolvimento dos EUA no conflito do Oriente Médio.
A sessão ocorre em um ambiente de baixa liquidez, com os mercados dos EUA fechados devido a feriado nacional.
Petróleo sobe, turismo recua
A escalada do conflito impactou de imediato os preços do petróleo, que subiram, puxando o setor de energia da Europa (.SXEP), que avançou 0,6%.
Em contrapartida, empresas de turismo e entretenimento sofreram: o índice do setor (.SXTP) caiu 1,5%, pressionado pelo aumento dos preços do petróleo, que elevou o custo operacional e o pessimismo geral no mercado.
Volatilidade em alta, Fed gera incertezas
O índice de volatilidade Euro STOXX (.V2TX) subiu 1,38 ponto, atingindo 23,78, o maior nível desde 23 de maio.
Ao mesmo tempo, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que dois cortes de juros são possíveis em 2025, devido às pressões inflacionárias causadas pelas tarifas dos EUA. Suas declarações foram ambíguas, e os mercados não conseguiram captar com clareza qual será a estratégia do Fed para lidar com os riscos econômicos.
Europa: movimentos inesperados dos bancos centrais
Como previsto, o Banco Nacional da Suíça reduziu sua taxa de juros para zero. No entanto, a surpresa do dia veio da Noruega: o Norges Bank cortou a taxa básica em 25 pontos-base, sua primeira redução em cinco anos.
Nesse cenário, o índice acionário da Noruega (.OSEAX) subiu 0,1%, um dos poucos destaques positivos em meio às perdas generalizadas nos mercados europeus.
Banco da Inglaterra em compasso de espera: taxa deve permanecer estável
Economistas e participantes do mercado concordam que o Banco da Inglaterra deverá manter sua taxa básica de juros inalterada nesta quinta-feira. Diante da volatilidade inflacionária e da incerteza econômica, o banco central britânico deve adotar uma postura cautelosa, evitando acelerar qualquer política de afrouxamento.
Stora Enso dispara: revisão estratégica anima investidores
As ações da Stora Enso (STERV.HE), empresa finlandesa do setor de papel e celulose, saltaram 17,8%, liderando os ganhos do índice STOXX 600. O impulso veio após o anúncio de uma revisão estratégica de seus ativos na Suécia. Investidores interpretaram a medida como um possível início de reestruturação ou venda de parte do negócio — e responderam com forte movimento de compra.
Mandatum recua após redução de participação acionar pressão sobre ações
As ações da seguradora Mandatum (MANTA.HE) caíram 5,3%, figurando entre as maiores perdas do dia. O papel foi pressionado pela notícia de que o grupo de investimentos Altor reduziu sua participação na empresa. A diminuição do envolvimento de um investidor de peso gerou preocupações sobre a estabilidade futura da estrutura de capital da Mandatum.
