O ouro novamente encantou seus investidores ao alcançar um novo recorde histórico. O metal precioso está se beneficiando do clima geopolítico tenso, resultante das contínuas tensões comerciais entre os EUA e outros países, e está atraindo investimentos à medida que as pessoas buscam ativos seguros diante das crescentes preocupações com uma guerra comercial entre os EUA e a China.
As expectativas de um corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve estão enfraquecendo o dólar, o que oferece suporte adicional ao par XAU/USD. Esse ambiente está impulsionando o momentum do ouro, com seu preço continuando a subir.
Na terça-feira, 4 de fevereiro, o preço do ouro atingiu novamente um recorde histórico. Essa tendência de alta é amplamente impulsionada pelo desejo dos investidores de adquirir ativos defensivos após a decisão da China de impor tarifas sobre as importações dos EUA, como resposta às tarifas implementadas pelo presidente Donald Trump. Nesse contexto, o preço do ouro subiu para US$ 2.843,56 por onça. Bob Haberkorn, estrategista sênior de mercado da RJO Futures, afirmou: "O dólar subiu no início da semana, mas a fraqueza adicional está definitivamente ajudando a empurrar o metal amarelo para cima."
Na quarta-feira, 5 de fevereiro, o ouro manteve sua trajetória de alta, atingindo um novo recorde histórico de $2.854 por onça. A tendência de valorização do metal precioso segue firme, impulsionada pela busca dos investidores por ativos de refúgio. Posteriormente, o ouro avançou para $2.864 por onça, sem apresentar sinais de correção.
De acordo com os gráficos técnicos, o Índice de Força Relativa (RSI) indica condições ligeiramente sobrecompradas, exigindo cautela por parte dos traders otimistas. O recente rompimento acima de $2.800 sugere que a trajetória de menor resistência para o ouro permanece ascendente, sustentando a tendência altista desde as mínimas de dezembro de 2024.
No entanto, qualquer correção no preço do ouro deve encontrar suporte próximo a $2.830 antes de testar a região de $2.800. Quedas adicionais podem ser interpretadas como oportunidades de compra, mas provavelmente serão limitadas pela resistência horizontal entre $2.773 e $2.772. Um rompimento significativo abaixo desse patamar pode desencadear vendas técnicas e levar a novas perdas.
Os investidores estão preocupados com os possíveis impactos econômicos negativos das tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump, o que tem impulsionado a demanda por ativos de proteção. Além disso, os dados do JOLTS, divulgados na terça-feira, 4 de fevereiro, aumentaram a cautela no mercado. O relatório indicou um enfraquecimento no mercado de trabalho dos EUA, o que pode levar a Reserva Federal a manter sua política de afrouxamento monetário, apesar da inflação persistente—um fator que continua a favorecer o ouro.
A Pesquisa de Abertura de Vagas e Rotatividade de Trabalho (JOLTS), publicada pela Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos (Bureau of Labor Statistics), mostrou que o número de vagas abertas em dezembro totalizou 7,6 milhões, significativamente abaixo dos 8,09 milhões registrados no mês anterior. Esses números reforçam os sinais de desaceleração do mercado de trabalho nos EUA, o que pode pressionar o Fed a realizar novos cortes nas taxas de juros. Como resultado, o dólar segue próximo das mínimas semanais, enquanto o ouro continua atraindo investidores, favorecendo o par XAU/USD.
As expectativas de continuidade do afrouxamento da política monetária do Fed oferecem suporte adicional aos preços do ouro. No entanto, a decisão de Trump de adiar as tarifas contra o Canadá e o México está sustentando o apetite por risco, o que pode limitar os ganhos do ouro, especialmente considerando sua condição técnica sobrecomprada. Diante desse cenário, especialistas recomendam aguardar uma consolidação de curto prazo ou uma leve correção antes de realizar novas apostas altistas no metal precioso.
O conflito tarifário entre Pequim e Washington continua a impactar significativamente a dinâmica dos preços do ouro. Recentemente, a China respondeu às novas tarifas impostas por Donald Trump implementando tarifas direcionadas sobre as importações dos Estados Unidos. Essa retaliação aumentou as preocupações sobre uma possível escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. A situação se agravou, mesmo após as concessões feitas por Trump ao México e ao Canadá. Como resultado, o ouro se beneficiou da incerteza econômica, atingindo um novo recorde histórico.
Representantes do Federal Reserve alertam que os planos da nova administração da Casa Branca em relação às tarifas comerciais representam um risco inflacionário. Eles indicam que a incerteza sobre as projeções de preços exige uma abordagem mais cautelosa na redução das taxas de juros, em comparação com um cenário sem a guerra comercial.
Os investidores agora voltam suas atenções para os próximos dados de emprego dos EUA, com destaque para o relatório de Folha de Pagamento Não Agrícola (Nonfarm Payrolls - NFP), que será divulgado na sexta-feira, 7 de fevereiro. Além disso, a volatilidade nos mercados permanece elevada devido à contínua disputa tarifária.
De acordo com Jim Wyckoff, Analista Sênior da Kitco Metals, a "natureza disruptiva" da atual administração dos EUA está gerando incerteza nos mercados e incentivando bancos centrais a aumentarem suas reservas de ouro. Segundo ele, esse movimento pode levar o preço do metal precioso a atingir $3.000 por onça ainda este ano. Essa previsão não parece exagerada, considerando que o ouro é tradicionalmente visto como um hedge contra a inflação e a instabilidade geopolítica.
No entanto, especialistas alertam que taxas de juros mais altas podem reduzir a atratividade do ouro em relação a outros ativos, como títulos e ações, o que pode limitar o potencial de valorização do metal.