O euro e a libra reagiram de forma bastante incomum aos comentários de ontem do presidente do Fed, Jerome Powell, que afirmou que o banco central não vê necessidade de apressar os ajustes nas taxas de juros. Apesar da cautela de Powell, o euro e a libra se fortaleceram, enquanto o dólar perdeu terreno. Isso pode ser devido aos dados de inflação de hoje, que muitas previsões sugerem que podem mostrar pressões de preços mais fracas do que o esperado anteriormente.
Powell afirmou, na terça-feira, durante uma reunião do Comitê Bancário do Senado, que, dado que a posição política agora era significativamente menos restritiva do que antes e a economia continuava forte, não era necessário apressar o ajuste da política monetária. Ele também destacou que um corte muito rápido ou excessivo nas taxas poderia prejudicar o progresso na luta contra a inflação. Além disso, afirmou que reduzir as restrições de política de maneira muito lenta ou insuficiente poderia enfraquecer indevidamente a atividade econômica e o emprego.
A maioria dos traders manteve suas expectativas de taxas inalteradas, sugerindo que os comentários de Powell não alteraram significativamente as perspectivas. As declarações de Powell foram semelhantes às feitas em janeiro, após a decisão do Fed de manter as taxas inalteradas.
Em 2024, o Fed reduziu as taxas em três reuniões consecutivas, mas desde então os formuladores de políticas sinalizaram uma pausa até que a inflação diminua ainda mais. O mercado de trabalho continua sendo um fator crucial para a abordagem cautelosa do Fed. Powell descreveu o mercado de trabalho como "amplamente equilibrado" e não como uma fonte significativa de pressão inflacionária. Quando questionado se a economia dos EUA está passando por uma "aterrissagem suave", Powell se recusou a emitir um julgamento.
Os dados mais recentes sobre o emprego mostram uma desaceleração, mas ainda apontam para um mercado de trabalho robusto.
Os empregadores criaram 143.000 empregos em janeiro, e a taxa de desemprego caiu para 4%. A inflação, conforme medida pelo Fed, permaneceu acima da meta de 2%, alcançando 2,6% para o final de 2024. Powell disse que a inflação estava "ligeiramente mais alta" do que a meta de 2% do banco central.
O relatório do IPC de hoje será crucial para o próximo movimento do dólar. Se o crescimento da inflação desacelerar, o dólar poderá cair ainda mais. Powell deu a entender que as expectativas de inflação permanecem ancoradas, mas também reconheceu os riscos das novas tarifas comerciais de Trump. Os recentes aumentos das tarifas sobre as importações de produtos chineses, aço e alumínio — além das ameaças de tarifas adicionais sobre o Canadá e o México — poderiam pressionar a inflação para cima.
Estas medidas podem afetar o crescimento econômico e as condições do mercado de trabalho.
Quanto ao quadro técnico atual do EUR/USD, os compradores precisam ultrapassar a marca de 1,0380 para alcançar 1,0410. Um movimento além de 1,0410 poderia expandir os ganhos até 1,0440, mas isso dependeria do apoio de grandes participantes do mercado. O alvo final de alta seria 1,0470. O nível de suporte crucial é 1,0340, onde grandes compradores podem intervir. Se não houver interesse de compra, novas quedas podem levar a um novo teste de 1,0310 ou até mesmo de 1,0280, que seriam pontos possíveis para posições longas.
Em relação ao quadro técnico atual do GBP/USD, os compradores da libra precisam romper a resistência em 1,2460 para mirar 1,2505. Um rompimento além de 1,2505 será desafiador, mas o próximo alvo seria 1,2545. Os ursos tentarão retomar o controle em 1,2415. Um rompimento abaixo de 1,2415 pode enfraquecer seriamente a dinâmica de alta, conduzindo o GBP/USD a 1,2375 e, possivelmente, a 1,2330.
