O S&P 500 encontrou suporte sólido após a decisão da Casa Branca de isentar a indústria automotiva das tarifas de 25% impostas ao México e ao Canadá. Donald Trump e sua equipe agora estão considerando outra exceção—para produtos agrícolas, especialmente potássio e fertilizantes. Essa medida poderia proporcionar um impulso adicional para as ações dos EUA.
No entanto, a revisão da lista de tarifas não foi o único fator por trás da recuperação do S&P 500. O suporte também veio dos mercados internacionais. A Alemanha planeja criar um fundo especial de infraestrutura de €500 bilhões e isentar os gastos com defesa das restrições fiscais. A União Europeia se prepara para aumentar os investimentos militares em €800 bilhões. A China manteve sua meta de crescimento do PIB em 5%, sinalizando mais estímulos fiscais e monetários. Esses movimentos indicam que os países estão se preparando para possíveis guerras comerciais, mas sugerem que tais conflitos não desestabilizarão completamente a economia global.
Aumento dos temores de recessão nos EUA
Enquanto isso, os riscos de recessão na economia dos EUA voltaram a ganhar destaque. De acordo com o JP Morgan, a probabilidade de uma recessão nos próximos 12 meses aumentou de 17% para 31% desde o final de novembro. O Goldman Sachs estima que esse cenário subiu de 14% em janeiro para 23%.
Riscos de recessão para as ações dos EUA
Uma recessão significaria problemas para as ações dos EUA. A declaração de Donald Trump de que os Estados Unidos precisam passar por "alguma dor" antes de entrar em uma nova Era de Ouro não é tranquilizadora para os investidores. O rápido lançamento de tarifas pelo presidente destruiu as esperanças do mercado de que suas ameaças fossem apenas um blefe.
Ao mesmo tempo, Elon Musk também está avançando agressivamente, acelerando os esforços para reduzir a burocracia do governo – uma medida que poderia desacelerar ainda mais a economia dos EUA. Um novo sinal de alerta veio com o relatório de emprego da ADP de fevereiro, que mostrou apenas 77.000 novos empregos no setor privado, o menor aumento em dois anos. Temendo o protecionismo agressivo da Casa Branca, as empresas estão hesitantes em aumentar as contratações.
Será que Powell intervirá para apoiar o mercado?
Os investidores agora aguardam ansiosamente os dados do mercado de trabalho dos EUA e os comentários de Jerome Powell. Se Trump se recusar a dar uma mãozinha para o S&P 500, será que o presidente do Federal Reserve poderia intervir em seu lugar?
Os sinais de arrefecimento da economia dos EUA levaram os mercados de futuros a aumentar as expectativas de três cortes nas taxas em 2025, em comparação com os dois esperados anteriormente. Se Powell confirmar essa perspectiva, isso poderá desencadear outra onda de otimismo para o S&P 500.
Perspectiva técnica para o S&P 500
No gráfico diário, o S&P 500 se recuperou do suporte esperado em 5.740, formando um fundo potencial. A probabilidade de consolidação está aumentando, com o limite superior provavelmente próximo de 5.940 ou 5.980. Uma rejeição desses níveis poderia sinalizar a realização de lucros em posições de compra a partir da queda e uma possível reversão.
