A Reserva Federal tem feito todo o possível para acalmar os mercados, mas em 2025, os holofotes se desviaram do banco central.
O S&P 500 ignorou os dados positivos sobre o setor imobiliário e os pedidos de auxílio-desemprego e, em vez disso, concentrou-se na crise constitucional em formação, provocada pelo desafio de Donald Trump às decisões judiciais, assim como suas novas ameaças de tarifas. Trump declarou o dia 2 de abril como o "Dia da Libertação dos Estados Unidos", sugerindo claramente a possibilidade de impor tarifas de importação recíprocas.
Índice de incerteza da política comercial em alta.
De acordo com o Morgan Stanley, é improvável que o S&P 500 volte a atingir seus máximos históricos antes da segunda metade de 2025. Quaisquer recuperações, especialmente aquelas lideradas por ações de baixa qualidade, provavelmente serão de curta duração, uma vez que a incerteza continua a ofuscar as perspectivas de crescimento econômico e corporativo.
Na segunda metade do ano, tudo é possível, já que os investidores começam a focar em 2026. Mesmo que os mercados não possam contar com Donald Trump, ainda podem contar com o Federal Reserve. Em meio à desaceleração do crescimento do PIB, o banco central pode eventualmente oferecer suporte às ações.
Sentimento do investidor em mínimos históricos.
Uma pesquisa recente da American Association of Individual Investors (AAII) revela que o sentimento de baixa superou o sentimento de alta por quatro semanas consecutivas, estabelecendo um recorde na história da pesquisa. Esse sentimento reflete uma profunda incerteza entre os investidores. Embora haja alguma esperança de estabilização, isso não implica que o S&P 500 subirá sem obstáculos. Ao contrário, é provável que o mercado experimente movimentos instáveis e erráticos, refletindo o clima subjacente de incerteza.
Os mercados agora se preparam para o "dia D", quando US$ 4,5 trilhões em derivativos devem expirar na terceira semana de março. O reequilíbrio das posições pode causar um aumento na volatilidade.
Em dezembro passado, o VIX (índice de medo) subiu após os sinais hawkish do Federal Reserve, que reduziu suas projeções de cortes nas taxas de 2025 para apenas dois. Embora a maioria dos contratos com vencimento não afete diretamente o S&P 500, os picos de volatilidade — semelhantes a uma montanha-russa — continuam sendo um risco real.
Com a aproximação de abril, os temores podem se intensificar, já que se espera que a Casa Branca implemente tarifas recíprocas. A União Europeia já recuou, adiando as tarifas sobre as importações de uísque dos EUA, passando o prazo de início da primavera para meados da estação. O objetivo declarado é ganhar tempo para negociações com Washington e evitar o impacto econômico de ambos os lados. No entanto, é improvável que Donald Trump seja dissuadido — e os mercados parecem concordar com isso.
Perspectiva técnica: S&P 500 em um ponto de inflexão
No gráfico diário, o S&P 500 está atualmente lutando em torno do nível de pivô crítico de 5.670, formando um padrão de barra interna. Um rompimento acima de 5.710 poderia indicar uma sinalização de compra de curto prazo, possivelmente seguido por uma reversão. Por outro lado, uma quebra bem-sucedida abaixo do suporte em 5.633 poderia desencadear uma nova onda de vendas.
