Após a sessão regular de ontem, os índices de ações dos EUA fecharam mistos. O S&P 500 subiu 0,38%, enquanto o Nasdaq 100 ganhou 0,87%. O Dow Jones industrial caiu 0,04%.
Os índices asiáticos recuaram hoje, com os traders adotando uma postura cautelosa antes do aguardado anúncio do presidente Donald Trump sobre novas tarifas severas. O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos subiu após três dias de queda, à medida que os mercados avaliavam a possibilidade de uma postura mais branda da Reserva Federal. Os futuros dos índices acionários dos EUA e da Europa abriram o dia em baixa, sinalizando riscos de uma reação acentuada às medidas de Trump. O dólar norte-americano apresentou pouca variação frente às principais moedas, enquanto o ouro foi negociado logo abaixo de sua máxima histórica.
As discussões sobre as tarifas recíprocas de Trump estão em fase final, com sua equipe ainda definindo o alcance e o impacto das medidas, que devem ser anunciadas hoje. Essa incerteza já abalou os mercados, levando economistas a revisar para baixo as projeções de crescimento global. Além disso, os bancos centrais precisam considerar o impacto inflacionário do aumento dos custos de importação. As tarifas devem entrar em vigor imediatamente após o anúncio, previsto para as 16h (horário de Nova York).
De modo geral, a sessão foi marcada por um clima de relativa calma nos mercados, embora com sinais de tensão. Trump pretende implementar tarifas recíprocas e outras taxas, descrevendo a medida como um "Dia da Libertação", o que pode ter amplas repercussões no comércio global.
Enquanto isso, o presidente da Reserva Federal de Chicago, Austan Goolsbee, alertou para os possíveis efeitos negativos das tarifas sobre os gastos do consumidor e os investimentos empresariais. Já o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, afirmou que as novas tarifas dos EUA podem afetar significativamente as atividades comerciais dos países impactados.
Apesar das incertezas, alguns investidores enxergam oportunidades na atual conjuntura. A diversificação de investimentos para fora dos EUA tem se tornado uma estratégia cada vez mais comum. As tarifas de Trump devem criar novas oportunidades de investimento na Europa, e gestores do Goldman Sachs destacaram o iene como o principal instrumento de proteção contra uma possível recessão nos EUA e os riscos comerciais associados.
No mercado de commodities, a recente alta do petróleo perdeu força, enquanto os traders aguardam detalhes das tarifas. O ouro recuou levemente, mas continua próximo de uma nova máxima histórica.
Do ponto de vista técnico, o S&P 500 continua sendo negociado em baixa. A principal missão dos compradores hoje será superar a resistência mais próxima, em 5.645, o que pode impulsionar a alta e abrir caminho para o próximo nível, em 5.670. Além disso, consolidar o controle sobre 5.692 fortaleceria ainda mais a posição dos touros.
Por outro lado, caso o apetite pelo risco diminua e ocorra um movimento descendente, os compradores devem buscar suporte na região de 5.617. Um rompimento abaixo desse nível pode acelerar a queda para 5.585, abrindo espaço para uma possível extensão até 5.552.
