A decisão de Washington de impor uma tarifa de 125% surpreendeu muitos analistas e observadores, especialmente porque as negociações recentes entre os dois países haviam sinalizado uma possibilidade de avanço. Agora, no entanto, Pequim é forçada a reavaliar sua estratégia econômica e responder rapidamente aos novos desafios.
Espera-se que a reunião de emergência avalie diversas medidas para estimular a demanda interna, aliviar a pressão sobre empresas exportadoras e estabilizar os mercados financeiros. Entre as possíveis ações estão a redução de impostos e encargos para empresas, aumento dos investimentos públicos em infraestrutura e a ampliação da oferta de crédito. Paralelamente, a China ainda dispõe de reservas e instrumentos suficientes para mitigar os impactos negativos das tarifas norte-americanas.
A pauta da reunião também incluirá o estímulo ao setor habitacional, incentivo aos gastos dos consumidores e apoio à inovação tecnológica. Outros órgãos, como o regulador financeiro, também devem se reunir para discutir estratégias adicionais de estímulo econômico e estabilização do mercado.
Essas movimentações destacam a crescente preocupação de Pequim com os danos provocados pela intensificação da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Na segunda-feira, a China anunciou tarifas de 84% sobre todas as importações dos EUA, com vigência a partir de 10 de abril, em resposta à tarifa de 104% imposta por Washington. No entanto, pouco depois, o presidente Donald Trump aumentou ainda mais as tarifas contra a China, elevando-as para 125%, ao mesmo tempo em que suspendeu novas tarifas para dezenas de outros parceiros comerciais.
Os mercados globais reagiram com forte volatilidade, seguida por uma alta expressiva. Os índices das bolsas da China e de Hong Kong acompanharam o movimento, impulsionados pelas expectativas de estímulo. O yuan onshore caiu para o nível mais baixo desde 2007, mas se recuperou parcialmente após o anúncio da reunião dos líderes chineses.
O Goldman Sachs reduziu sua previsão de crescimento do PIB da China para 4% em 2025 e 3,5% em 2026, ante estimativas anteriores de 4,5% e 4%, respectivamente. O Citigroup também revisou sua projeção para este ano, de 4,7% para 4,2%, citando as perspectivas reduzidas de um acordo comercial entre os EUA e a China após a nova escalada.
Durante o fim de semana, autoridades chinesas já discutiam a aceleração de medidas de estímulo ao consumo e a antecipação de iniciativas previamente planejadas. Ontem, o governo reafirmou sua capacidade de adotar políticas acomodatícias, incluindo cortes nos custos de empréstimos e nos requisitos de reserva bancária, para proteger a economia doméstica.
Também se espera que o Banco Popular da China permita uma depreciação moderada do yuan frente ao dólar — entre 5% e 10% até o final de 2025 — como forma de ampliar a flexibilidade da política monetária e apoiar os exportadores diante da redução da demanda externa.
Perspectiva técnica para o EUR/USD:
Os compradores precisam superar a resistência de 1,1020 para buscar um teste em 1,1090. A partir daí, uma alta até 1,1140 é possível, embora difícil sem apoio dos grandes players. O objetivo final está em 1,1215. Em caso de recuo, espera-se demanda significativa por compras perto de 1,0945. Se esse nível não atrair interesse, o próximo suporte relevante está em 1,0890, com possível retomada em 1,0845.
Cenário técnico para o GBP/USD:
Os compradores da libra precisam retomar o controle acima da resistência em 1,2870. Se bem-sucedidos, o próximo alvo será 1,2930, com resistência mais forte na zona de 1,2985. Em caso de queda, os ursos tentarão reconquistar a zona de 1,2810. Um rompimento abaixo desse nível enfraqueceria os touros e abriria espaço para quedas até 1,2745 e possivelmente 1,2695.