Vale destacar que o mercado sequer conseguiu formar uma onda 2 convincente dentro dessa nova tendência de alta. Houve apenas um recuo superficial — menor, inclusive, do que as correções internas da própria onda 1. E enquanto Trump não reverter completamente sua política tarifária, o dólar pode continuar perdendo força. Já vimos uma vez o fluxo de notícias alterar toda a estrutura das ondas — e isso pode muito bem se repetir.
Na sexta-feira, o EUR/USD praticamente não se mexeu. A semana começou com força: uma disparada de 170 pontos antes mesmo da abertura dos mercados nos EUA. Na terça-feira, o movimento foi similar — mas no sentido oposto. Entre quarta e sexta, o par se manteve na mesma faixa de preço anterior à oscilação de terça. É uma evolução coerente? Dificilmente.
No fim de semana anterior, Donald Trump declarou publicamente que queria demitir Jerome Powell, presidente da Reserva Federal, por se recusar a cortar os juros. Supõe-se que essa declaração tenha causado a queda do dólar na segunda-feira. Mas surge uma dúvida relevante: por que o mercado reagiu com tanto impacto a mais uma crítica (entre tantas!) de Trump a Powell? O desejo de remover Powell não é novo — Trump já fala disso há quase oito anos. Excetuando um intervalo de quatro anos fora da presidência, o discurso se repete: os juros deveriam estar mais baixos, e Powell não apoia as decisões da Casa Branca. Ou seja, nenhuma novidade foi dita no fim de semana.
Ainda mais curioso foi o movimento de queda do EUR/USD na terça-feira, logo após Trump voltar atrás e dizer que não pretende mais demitir Powell, chamando-o até de "bom sujeito". Na quinta, os EUA divulgaram um relatório sólido sobre pedidos de bens duráveis — mas o mercado sequer esboçou interesse em comprar dólares. Já na sexta, sem nenhum dado relevante, o par permaneceu estagnado. Ao longo da semana, o mercado se comportou de forma errática e altamente seletiva. E o resultado? O padrão de ondas seguiu indefinido e sem maior clareza.
Resumo
Com base na análise atual do par EUR/USD, concluo que o ativo segue desenvolvendo um novo segmento de tendência de alta. As recentes ações de Donald Trump foram determinantes para reverter a tendência anterior de baixa. A partir de agora, a estrutura das ondas dependerá inteiramente da postura e das decisões do presidente dos Estados Unidos — um fator que precisa ser monitorado de forma constante.
Do ponto de vista puramente técnico, eu esperava uma correção em três ondas dentro da onda 2. No entanto, essa correção já foi concluída e acabou se configurando como uma única perna corretiva. Com isso, a onda 3 da tendência de alta está oficialmente em andamento, com alvos potenciais na região de 1,25. A realização ou não desses alvos dependerá exclusivamente de Trump, sendo que a estrutura interna da onda 3 já apresenta certa irregularidade.
Nos gráficos de prazos mais longos, o padrão de ondas também se tornou altista. Tudo indica que estamos diante de um movimento de alta com potencial de longo prazo. Ainda assim, qualquer nova declaração de Trump pode inverter completamente esse cenário a qualquer momento.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas de onda devem ser simples e compreensíveis. Padrões complexos são difíceis de negociar e, muitas vezes, estão sujeitos a revisões.
- Se você não estiver confiante no que está acontecendo no mercado, é melhor ficar de fora.
- Não existe 100% de certeza quanto à direção do preço. Sempre use ordens Stop Loss.
- A análise de ondas pode e deve ser combinada com outras formas de análise e estratégias de negociação.
