As vendas no varejo no Canadá caíram 0,4% em relação ao mês anterior em fevereiro, mas se recuperaram em março com um forte aumento de 0,7%. Em uma base anual, as vendas no varejo caíram para 4,7% em fevereiro, abaixo dos 5,3% revisados em janeiro.
As vendas no varejo no Canadá caíram 0,4% em relação ao mês anterior em fevereiro, mas se recuperaram em março, com um forte aumento de 0,7%. Em uma base anual, as vendas no varejo caíram para 4,7% em fevereiro, abaixo dos 5,3% revisados em janeiro. Um dos fatores que impulsionaram o aumento dos gastos foi a preocupação com as novas tarifas dos EUA, o que levou os consumidores a estocarem antecipadamente - portanto, é provável que os gastos apresentem um declínio no futuro.
Hoje serão divulgados os dados do PIB do Canadá referentes aos meses de fevereiro e março, mas o impacto no mercado deve ser limitado. A atenção dos investidores está concentrada, sobretudo, na estimativa preliminar do PIB dos EUA, que será seguida pelo relatório de empregos norte-americano na sexta-feira. Embora o crescimento da economia canadense tenha sido consistente ao longo de 2024, a instabilidade provocada pelo início das guerras comerciais pode acabar anulando os avanços obtidos até agora.
Mesmo uma leve desaceleração no crescimento do PIB canadense pode ter pouca relevância caso a estimativa inicial do PIB dos EUA para o primeiro trimestre — a ser divulgada hoje — confirme os cenários mais pessimistas. Se isso ocorrer, um aumento na volatilidade será inevitável, o que poderá desencadear uma nova onda de vendas do dólar americano.
O Canadá concluiu recentemente suas eleições federais, com o líder liberal Mark Carney vencendo por uma margem apertada, conforme amplamente previsto. Ex-presidente do Banco da Inglaterra e do Banco do Canadá, Carney é considerado uma figura de peso na política. Seu principal desafio será conter a crescente pressão dos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump. "A América quer nossas terras, nossos recursos, nossa água, nosso país", afirmou Carney em seu discurso de vitória. "Essas não são ameaças vazias. O presidente Trump está tentando nos enfraquecer para que os EUA possam nos dominar. Isso nunca, jamais acontecerá."
O dólar canadense, também chamado de Loonie reagiu com pouca volatilidade ao resultado eleitoral, mas deve responder aos primeiros movimentos de Carney no cargo. Como conquistou apenas uma maioria relativa, será forçado a formar um governo minoritário, o que pode gerar alguma pressão sobre o CAD. No entanto, uma liquidação generalizada da moeda parece improvável neste momento.
O Banco do Canadá (BoC) realiza sua próxima reunião em 4 de junho, o que oferece uma janela confortável para avaliar tanto as primeiras ações do novo governo quanto o cenário macroeconômico. Na reunião anterior, o BoC manteve a taxa básica em 2,75%. Caso os dados econômicos continuem fracos, novos cortes de juros não estão descartados — fator que adicionaria pressão extra sobre o loonie.
A posição líquida vendida sobre o dólar canadense recuou expressivamente em US$ 1,15 bilhão na última semana de referência, totalizando -US$ 4,86 bilhões. Essa redução tem sido particularmente acentuada nas últimas duas semanas. Embora o posicionamento especulativo ainda favoreça o dólar americano, o valor justo (fair value) finalmente se distanciou da média de longo prazo, sinalizando uma tendência de baixa mais definida.
Esperamos que o par USD/CAD recue dos níveis atuais em direção à zona de 1,3410–1,3430. Após passar a semana anterior em consolidação, o par não apresentou a correção de alta normalmente esperada após uma queda acentuada, o que mantém vivo o risco de um movimento corretivo. A zona de resistência forte entre 1,4130–1,4160 dificilmente será testada novamente — para que a tendência de baixa seja retomada com firmeza, será necessário um catalisador relevante, que pode surgir ainda hoje com a divulgação de um amplo conjunto de dados econômicos dos Estados Unidos.