O mercado finalmente encontrou alívio após o Dia da Libertação nos Estados Unidos. Os índices de ações estão prontos para recuperar o terreno perdido após a implementação de tarifas abrangentes pela Casa Branca, em meio às expectativas de fortes lucros das empresas dos "Sete Magníficos". Diante desse cenário, os ursos do EUR/USD tentaram um contra-ataque. No entanto, a erosão da confiança e o declínio do excepcionalismo americano pesam consideravelmente sobre o dólar dos EUA.
Após a turbulência de abril, o mercado começou a aceitar que Donald Trump provavelmente não quer tarifas mais altas. Ele as introduziu como uma tática para forçar outros países a sentarem-se à mesa de negociações e obrigá-los a reduzir as tarifas anteriormente impostas aos produtos americanos. Teoricamente, isso abriria caminho para um comércio internacional mais livre e um futuro melhor para os Estados Unidos.
Infelizmente, as tarifas na maioria dos países já são mais baixas do que nos EUA. O que eles realmente podem oferecer a Washington? Aumento das compras de produtos americanos? Como demonstrou a primeira guerra comercial, a China fez essas promessas, mas não as cumpriu. No entanto, para os mercados, até mesmo um acordo sem substância pode ser suficiente para despertar o otimismo.
Desempenho do S&P 500 e do Índice Global de Ações
Enquanto a atual trégua de 90 dias permanecer em vigor, é improvável que o impacto negativo sobre as economias concorrentes - incluindo a zona do euro - seja sentido. No primeiro trimestre, o PIB da zona do euro cresceu 0,4% em relação ao trimestre anterior e 1,4% em relação ao ano anterior, impulsionado pelo crescimento das exportações. Uma repetição no segundo trimestre é totalmente possível. Como era de se esperar, as ações não americanas continuam a superar o desempenho do S&P 500, inclusive em termos de velocidade de recuperação após as quedas. Se essa tendência continuar, o fluxo de capital da América do Norte para a Europa continuará a apoiar a recuperação do EUR/USD.
De acordo com o Danske Bank, o euro deve ser comprado em caso de recuo em relação ao dólar dos EUA por vários motivos. Os EUA estão enfrentando uma crise de confiança. Para restaurá-la, seria necessária uma série de sinais políticos favoráveis - o que parece improvável. A incerteza contínua na política da Casa Branca mantém alta a demanda por ativos de porto seguro, e o euro atualmente desempenha esse papel de forma mais eficaz do que o dólar. Por fim, os dados dos EUA estão sendo ignorados, e os mercados estão ouvindo apenas as autoridades da Casa Branca - uma tendência que não pode durar para sempre.
Independentemente do que Donald Trump diga, os riscos de recessão nos EUA estão crescendo rapidamente. A ex-presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, está convencida disso, e os atuais membros do FOMC provavelmente também estão ficando preocupados. A reunião de maio do Fed pode ser a oportunidade perfeita para sinalizar futuros cortes nas taxas, o que arrastaria o dólar ainda mais para baixo.
Tecnicamente, no gráfico diário do EUR/USD, houve uma tentativa de rompimento abaixo da faixa de consolidação entre 1,130 e 1,140. O fracasso desse rompimento confirma a fraqueza dos ursos e aumenta a probabilidade de que o padrão "Spike and Ledge" se transforme em um "falso rompimento". Um retorno do euro para 1,136 serviria como um sinal de compra.
