Na segunda-feira, o par GBP/USD também apresentou um comportamento relativamente estável, mas com viés de alta. A libra esterlina não atinge novas máximas de três anos todos os dias — mas, ao observar praticamente qualquer gráfico em um horizonte mais amplo, fica evidente em que direção o preço tem se movido na maior parte do tempo. A libra segue em uma trajetória de alta, constante e aparentemente sem esforço. E não precisa, necessariamente, de um forte pano de fundo macroeconômico no Reino Unido ou de um aperto na política monetária pelo Banco da Inglaterra (BoE) para isso. Ela sobe, essencialmente, porque o dólar está caindo.
Há quatro meses consecutivos se discutem os motivos por trás da fraqueza do dólar — e essa lista só cresce. Por isso, torna-se cada vez mais difícil prever quando o dólar finalmente interromperá essa tendência de queda. E, muito provavelmente, isso não deve acontecer tão cedo.
O pano de fundo macroeconômico também já foi amplamente comentado. Cerca de 70% a 80% dos relatórios e indicadores acabam sendo ignorados pelo mercado. Mesmo quando os dados favorecem o dólar, não há garantia de que ele será comprado. Afinal, quem movimenta o mercado não são os números em si, mas sim os participantes do mercado. Ainda que o Federal Reserve subisse a taxa de juros para 10% amanhã, se o mercado decidisse não comprar o dólar, ele simplesmente não se valorizaria.
Embora muitos traders estejam familiarizados com a lógica clássica de que "taxa mais alta = moeda mais forte", na prática, uma moeda só se valoriza porque uma taxa elevada oferece retornos mais atrativos, atraindo investidores que precisam comprar aquela moeda para acessar os ativos do país.
Esta semana, tanto o Banco da Inglaterra quanto o Fed realizam reuniões de política monetária. O que esperar desses eventos? Na nossa visão, eles podem significar mais desafios para o dólar. Vale lembrar o que aconteceu há cerca de um mês e meio: o BoE cortou sua taxa em 0,25%, enquanto o Fed manteve a taxa inalterada. E o dólar subiu? Não.
Além disso, só neste ano, o Banco Central Europeu (BCE) já promoveu quatro cortes de juros, reduzindo a taxa em 1 ponto percentual no total. Durante todo esse período, o Fed permaneceu parado. E, ainda assim, pergunte-se: qual moeda tem se valorizado ao longo de 2025?
Portanto, acreditamos que, independentemente do resultado das reuniões do Fed e do BoE, elas provavelmente trarão mais dificuldades para o dólar. O dólar americano pode até registrar um pico de curto prazo, como ocorreu na sexta-feira após a escalada do conflito entre Israel e Irã — mas todos vimos o que aconteceu em seguida.
Especialmente considerando que nem o Fed nem o Banco da Inglaterra devem cortar juros em junho. Assim, qualquer mudança provavelmente virá apenas da retórica de Powell e Bailey. O presidente do BoE provavelmente falará sobre a necessidade de uma pausa após dois cortes consecutivos nas taxas e diante do forte crescimento da inflação. Já o presidente do Fed provavelmente manterá sua postura anterior: aguardar os dados finais sobre as tarifas, avaliar o impacto de longo prazo na economia, no mercado de trabalho e na inflação, e só então considerar alterações na política monetária. Portanto, os traders provavelmente não devem esperar muitas informações novas ou relevantes.
Em 17 de junho, a volatilidade média do par GBP/USD nos últimos cinco pregões é de 103 pips, o que é considerado "moderado" para esse par. Portanto, espera-se que o par negocie entre 1,3487 e 1,3693 na terça-feira. O canal de regressão de longo prazo aponta para cima, indicando uma tendência de alta clara. O indicador CCI não entrou em zonas extremas recentemente.
Níveis de Suporte Mais Próximos:
S1 – 1.3550
S2 – 1.3489
S3 – 1.3428
Níveis de Resistência Mais Próximos:
R1 – 1.3611
R2 – 1.3672
R3 – 1.3733
Recomendações de negociação:
O par GBP/USD mantém sua tendência de alta e continua subindo. Diversas notícias sustentam esse movimento. No entanto, cada nova decisão de Trump é percebida negativamente pelo mercado, e as notícias positivas vindas dos EUA são escassas. Portanto, posições de compras com alvos em 1,3672 e 1,3693 são muito mais relevantes enquanto o preço permanecer acima da média móvel.
Se o preço se consolidar abaixo da média móvel, posições de vendas com alvos em 1,3489 e 1,3428 podem ser consideradas, mas a probabilidade de alta continua sendo significativamente maior do que a de queda. De tempos em tempos, o dólar americano pode apresentar correções pontuais, mas para uma continuação mais consistente do movimento de alta, serão necessários sinais evidentes do fim da guerra comercial global.
Explicação das Ilustrações:
- Canais de Regressão Linear ajudam a determinar a tendência atual. Se ambos os canais estiverem alinhados, isso indica uma tendência forte.
- Linha da Média Móvel (configurações: 20,0, suavizada) define a tendência de curto prazo e orienta a direção das negociações.
- Níveis de Murray atuam como níveis-alvo para movimentos e correções.
- Níveis de Volatilidade (linhas vermelhas) representam a faixa de preço provável para o par nas próximas 24 horas, com base nas leituras atuais de volatilidade.
- Indicador CCI: Se entrar na região de sobrevenda (abaixo de -250) ou na região de sobrecompra (acima de +250), sinaliza uma possível reversão da tendência na direção oposta.