No final das negociações de ontem, os índices de ações dos EUA fecharam em alta. O S&P 500 subiu 0,52%, enquanto o Nasdaq 100 ganhou 0,47%. O Dow Jones Industrial Average se fortaleceu em 0,43%.
Os índices iniciaram o segundo semestre do ano com ganhos recordes em meio a expectativas crescentes de que a economia dos EUA resistirá à incerteza em torno da agenda tarifária do Presidente Donald Trump.
Segundo reportagens da imprensa, a União Europeia está pronta para assinar um acordo comercial com os Estados Unidos que prevê uma tarifa universal de 10% sobre diversos produtos de exportação do bloco. No entanto, a UE quer que os EUA se comprometam a reduzir tarifas em setores-chave, como farmacêutico, bebidas alcoólicas, semicondutores e aeronaves comerciais.
O índice MSCI All Country World, que fechou em máxima histórica na segunda-feira, avançou pelo quarto dia consecutivo. Os índices asiáticos também registraram alta de cerca de 0,3%. Os futuros dos índices europeus subiram 0,1%, enquanto os futuros do S&P 500 recuaram 0,2%, após o índice de referência encerrar o melhor trimestre desde dezembro de 2023. Os títulos do Tesouro e o ouro subiram pelo segundo dia consecutivo.
"Acreditamos que o segundo semestre do ano continua bastante positivo", afirmaram analistas da Ten Cap. "Discordamos de muitos que preveem uma forte correção no mercado de ações. Acreditamos que os fundamentos do mercado seguem sólidos."
No fim do mês passado, as expectativas de que os EUA estariam próximos de fechar acordos concretos com seus principais parceiros comerciais ajudaram a impulsionar os índices de Wall Street para máximas históricas. As apostas de que o Federal Reserve retomará uma política monetária mais acomodatícia também contribuíram para o melhor desempenho semestral dos títulos do Tesouro em cinco anos. Dados macroeconômicos que apontam para uma desaceleração do crescimento nos EUA e globalmente também impactaram o mercado de Treasuries. Esses sinais levaram os investidores a buscar refúgio em ativos mais seguros, como títulos públicos, provocando queda nos rendimentos e alta nos preços.
Contudo, apesar das condições favoráveis para os Treasuries no primeiro semestre, especialistas alertam para riscos potenciais no segundo semestre. Mudanças no cenário econômico, picos inesperados de inflação ou alterações na política do Federal Reserve podem impactar negativamente o mercado de títulos. Recomenda-se que os investidores acompanhem atentamente os desdobramentos e ajustem suas estratégias conforme as condições de mercado evoluam.
Ainda assim, a incerteza mais ampla em torno da agenda tarifária e fiscal de Trump, que afeta a estrutura de longo prazo da economia americana, se reflete na queda de 10,8% do dólar nos primeiros seis meses do ano — seu pior desempenho desde 1973. O projeto de lei fiscal de 3,3 trilhões de dólares do presidente, atualmente em debate no Senado, também levanta preocupações quanto ao aumento do déficit público do país.
Quanto ao quadro técnico do S&P 500, a principal missão dos compradores hoje será romper a resistência mais próxima, em 6.200 pontos. Isso daria suporte a um movimento de alta mais amplo e abriria caminho para um novo nível em 6.211.
Igualmente importante para os touros será manter o controle sobre o nível de 6.235, o que fortaleceria ainda mais a posição dos compradores.
Em caso de movimento descendente, provocado por uma diminuição do apetite por risco, os compradores precisarão se firmar em torno de 6.185. Um rompimento abaixo desse patamar poderia rapidamente empurrar o índice de volta para 6.169 e abrir espaço para uma queda até 6.152.