O padrão de ondas do par GBP/USD continua indicando a formação de uma estrutura impulsiva de alta. A configuração é praticamente idêntica à do EUR/USD, já que o dólar americano segue como o principal protagonista no mercado. A demanda pela moeda norte-americana tem recuado de forma generalizada, o que gera dinâmicas semelhantes entre diversos ativos. A Onda 2 do ciclo altista ocorreu em um único movimento. Já a suposta Onda 3 apresenta uma estrutura bem definida e aparentemente concluída — por isso, espero agora a formação de uma estrutura corretiva.
É importante lembrar que o atual cenário do mercado cambial é fortemente influenciado pelas políticas de Donald Trump — não apenas nas áreas comerciais. Os Estados Unidos, por vezes, divulgam dados econômicos positivos, mas o mercado permanece sob pressão devido à incerteza constante, às decisões contraditórias e às declarações do próprio Trump, além da postura protecionista e hostil da Casa Branca na política externa. Como resultado, o dólar precisa "se esforçar" até para converter boas notícias em aumento de demanda.
Na semana passada, o par GBP/USD recuou 160 pontos-base e perdeu cerca de mais 20 pontos na segunda-feira. Em minha visão, esse movimento não é fundamentalmente justificável, já que praticamente não houve grandes divulgações econômicas neste período. Os holofotes voltaram-se novamente para Donald Trump, que criticou Jerome Powell, exigiu um corte de juros de pelo menos 3% por parte do Fed, aumentou tarifas comerciais para mais de duas dezenas de países e impôs novas tarifas sobre importações de cobre e produtos farmacêuticos. Todos esses fatores poderiam, em tese, reduzir a demanda pelo dólar. No entanto, como já havia alertado anteriormente, o padrão de ondas se inclinou definitivamente a favor do dólar e dos vendedores de GBP/USD.
Hoje foi divulgado que o orçamento dos EUA registrou superávit pela primeira vez desde 2017, ou seja, o país arrecadou mais do que gastou. Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, esse superávit foi possível graças às tarifas comerciais impostas por Trump. No entanto, vale destacar que a balança comercial em si ainda não virou superavitária. O relatório mais recente do Census Bureau, publicado em 3 de julho, cobre o mês de maio. O próximo, referente a junho — quando supostamente o superávit será registrado — será divulgado em 5 de agosto. A previsão, contudo, aponta para um déficit de 51 bilhões de dólares.
Também é importante observar que as importações dos EUA caíram drasticamente em abril e maio — cerca de 70 bilhões de dólares a menos em comparação com março (que foi de 420 bilhões). Portanto, atingir um superávit comercial foi mais fácil do que nunca, simplesmente devido à queda no volume importado. Com base nisso, mesmo que o mundo testemunhe o primeiro superávit comercial dos EUA em oito anos em junho, trata-se de um evento isolado — mesmo com tarifas de importação mais altas em vigor.
Conclusões gerais
O padrão de ondas do GBP/USD permanece inalterado. Ainda estamos no meio de um movimento de impulso em tendência de alta. Durante o governo de Donald Trump, os mercados podem sofrer diversos choques e reversões, capazes de impactar significativamente a estrutura das ondas, mas, por ora, o cenário principal segue válido.
As metas para esse segmento de alta estão atualmente situadas em torno do nível de 1,4017, o que corresponde a 261,8% da projeção de Fibonacci da Onda 2 global estimada. Neste momento, iniciou-se uma sequência corretiva que, tradicionalmente, tende a se desenvolver em três ondas.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas de onda devem ser simples e claras. Padrões complexos são mais difíceis de negociar e mudam com frequência.
- Se você não tiver certeza sobre a situação do mercado, é melhor ficar de fora.
- É impossível ter certeza absoluta sobre a direção do preço. Sempre use ordens de proteção Stop Loss.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.