Ontem, os principais índices acionários dos Estados Unidos encerraram o dia em alta. O S&P 500 avançou 0,54%, enquanto o Nasdaq 100 teve uma valorização de 0,75%. O índice industrial Dow Jones também registou um ganho de 0,52%.
Hoje, os contratos futuros dos principais índices de ações dos EUA e da Europa operam em alta, sinalizando uma possível continuação da trajetória recorde dos mercados globais. O otimismo é impulsionado por dados económicos sólidos, que ajudaram a aliviar as preocupações em relação à economia norte-americana. Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 subiram 0,2%, após ambos os índices terem atingido máximos históricos na quinta-feira. Os futuros das ações europeias avançaram 0,4%.
Na Ásia, os mercados acionários também subiram 0,4%, impulsionados pelo desempenho recorde da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., cujas projeções positivas reforçaram o entusiasmo em torno dos investimentos em inteligência artificial. Por outro lado, as ações japonesas recuaram, acompanhando a queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro, num contexto de cautela antes das eleições previstas para o próximo fim de semana.
O dólar recuperou a maior parte das perdas anteriores e passou a ser negociado em terreno estável, após o governador da Reserva Federal, Christopher Waller, afirmar que os formuladores de política monetária deveriam reduzir as taxas de juro ainda este mês, como forma de apoiar um mercado de trabalho que começa a mostrar sinais de enfraquecimento. A declaração, feita em meio a preocupações crescentes sobre a desaceleração do crescimento económico, gerou uma reação mista nos mercados financeiros. Por um lado, cortes nos juros costumam ser vistos como um estímulo positivo ao investimento e ao consumo. Por outro, persistem os receios quanto à inflação, e uma redução muito agressiva pode intensificar as pressões inflacionárias.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro recuaram em toda a curva. As criptomoedas também apresentaram valorização após o Congresso dos EUA aprovar a primeira lei federal voltada à regulamentação das stablecoins. Enquanto a economia norte-americana continuar a crescer e o desemprego permanecer em níveis baixos, os gastos dos consumidores devem seguir firmes, sustentando a valorização dos mercados acionários. Em junho, o crescimento das vendas a retalho nos EUA ajudou a aliviar os receios sobre uma possível retração na atividade dos consumidores. Além disso, os pedidos de subsídio de desemprego caíram pela quinta semana consecutiva, atingindo o nível mais baixo desde meados de abril, o que evidencia a resiliência do mercado de trabalho.
A mudança de posição da Casa Branca sobre a proibição do fornecimento de chips envolvendo a Nvidia Corp. e a Advanced Micro Devices Inc. gerou especulações sobre um possível acordo tecnológico de grande escala entre Washington e Pequim.
No que diz respeito à política monetária europeia, o Banco Central Europeu poderá adiar o seu próximo corte de juros para dezembro. Ainda assim, os investidores não interpretam esse adiamento como o fim do atual ciclo de flexibilização. Os discursos dos dirigentes europeus previstos para hoje poderão trazer mais clareza sobre esse cenário.
Enquanto isso, o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, segue sob pressão da deputada Anna Paulina Luna, que anunciou ter encaminhado o seu caso ao Departamento de Justiça, pedindo investigação por alegado perjúrio. Em resposta às críticas da Casa Branca sobre um projeto de renovação de US$ 2,5 mil milhões, Powell afirmou em carta: "levamos a sério a responsabilidade de sermos bons administradores dos recursos públicos".
Quanto ao panorama técnico do S&P 500, o principal objetivo dos compradores hoje será romper a resistência mais próxima, situada nos 6.320 pontos. Isso confirmaria uma trajetória de alta mais acentuada e abriria espaço para uma nova meta em 6.331. Outro nível importante para os compradores será conquistar e manter o controle acima dos 6.343, o que reforçaria ainda mais sua posição no mercado.
Por outro lado, caso ocorra um recuo motivado por uma diminuição do apetite ao risco, será fundamental que os compradores se mantenham ativos na zona dos 6.308. Uma quebra abaixo desse nível poderia pressionar rapidamente o índice para 6.296 e, em seguida, para a região dos 6.285 pontos.