Enquanto o euro e a libra esterlina registram ganhos modestos em relação ao dólar americano, investidores que esperam que Jerome Powell sinalize uma possível aproximação do Federal Reserve a um corte nas taxas de juros podem se decepcionar.
Hoje, espera-se que os formuladores de política monetária mantenham as taxas de juros inalteradas pela quinta vez consecutiva. Um voto dissidente de um ou mais membros pode ser interpretado como um sinal de que alguns integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) preferem uma abordagem diferente, mas isso provavelmente não terá um impacto significativo sobre a posição geral do Fed.
A decisão de manter as taxas inalteradas será motivada pela necessidade de equilibrar o estímulo à economia com o risco de impulsionar a inflação. Por um lado, a manutenção de juros elevados pode ajudar a conter os gastos dos consumidores e os investimentos, desacelerando o crescimento do PIB. Por outro, uma política monetária excessivamente acomodatícia pode levar ao aumento dos preços, especialmente diante dos desafios persistentes nas relações comerciais dos EUA com o restante do mundo.
No entanto, com uma série de dados econômicos prevista antes da próxima reunião, em setembro, o presidente do Fed pode optar por manter todas as opções em aberto até que haja maior clareza quanto à direção da economia e às medidas apropriadas de política monetária.
"Não há dúvida de que o Federal Open Market Committee manterá as taxas inalteradas", afirmou Bill Nelson, economista-chefe do Bank Policy Institute, em nota divulgada na terça-feira. "A verdadeira questão é se eles sinalizarão maior disposição para cortar as taxas na reunião de setembro."
Enquanto isso, o presidente Donald Trump continua pressionando por uma redução dos juros. É provável que Powell também seja questionado sobre o projeto de reforma da sede do Federal Reserve, orçado em 2,5 bilhões de dólares, que tem sido alvo de críticas de parlamentares republicanos.
Vale lembrar que, após esta semana, o Fed realizará apenas mais três reuniões de política monetária neste ano. Em junho, os dirigentes da instituição indicaram planos de reduzir os juros em 25 pontos-base em 2025, com base em sua previsão mediana. A dúvida, porém, é até que ponto Powell poderá ajustar as expectativas nessa direção. Os investidores já precificam uma probabilidade superior a 60% de um corte na reunião de setembro, mas os dirigentes do Fed podem relutar em deixar essa expectativa subir ainda mais antes de analisarem os dados que antecedem o encontro.
As autoridades monetárias ainda receberão dois relatórios de emprego, incluindo o de julho, que será divulgado nesta sexta-feira. Também terão acesso a dados adicionais sobre inflação, gastos do consumidor e mercado imobiliário.
EUR/USD: No cenário técnico atual do EUR/USD, os compradores precisam reconquistar com firmeza a região de 1,1580 para retomar o controle de curto prazo. A partir daí, o próximo alvo seria a zona de 1,1620, com possibilidade de estender o movimento até 1,1635 — embora isso dependa fortemente da participação de grandes players do mercado. O objetivo mais ambicioso segue sendo a marca de 1,1660.
Caso o euro recue, um suporte relevante pode surgir por volta de 1,1560. Se essa região não segurar a pressão vendedora, o ideal será aguardar um novo teste da mínima em 1,1510 ou considerar entradas compradoras em 1,1480.
GBP/USD: No gráfico da libra, os compradores precisam superar a resistência imediata de 1,3365 para abrir caminho rumo a 1,3385, embora essa barreira possa se mostrar difícil de romper. Se houver força suficiente, o par pode mirar 1,3415 como alvo final.
No caso de queda, os vendedores buscarão recuperar terreno abaixo de 1,3330. Um rompimento consistente desse nível poderá enfraquecer significativamente a posição dos compradores, levando o GBP/USD para a mínima em 1,3295, com possível extensão até 1,3255.