Ontem, o dólar norte-americano se fortaleceu após a divulgação de dados que mostraram que o PIB do segundo trimestre superou as expectativas dos economistas. Embora o crescimento econômico dos EUA tenha desacelerado no primeiro semestre do ano, com os consumidores reduzindo seus gastos e as empresas tentando se proteger das mudanças frequentes e imprevisíveis na política comercial do governo Trump, o panorama geral continua relativamente estável.
Segundo o governo dos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) ajustado pela inflação — uma medida do valor dos bens e serviços produzidos no país — cresceu 3% em termos anualizados no segundo trimestre. O número superou as expectativas de muitos economistas e sinaliza uma resiliência contínua da economia norte-americana, apesar das preocupações persistentes com a inflação e com uma possível desaceleração do crescimento econômico global.
O avanço do PIB foi impulsionado por uma combinação de fatores, como o fortalecimento dos gastos do consumidor, investimentos empresariais consistentes e o aumento das exportações. Os gastos do consumidor — um dos principais motores da economia dos EUA — permaneceram sólidos, mesmo sob pressão inflacionária, refletindo confiança e disposição para consumir. O investimento empresarial também teve um papel relevante, com as empresas continuando a alocar capital em equipamentos, softwares e pesquisa e desenvolvimento — fatores que favorecem ganhos de produtividade e o crescimento econômico de longo prazo.
Apesar do desempenho robusto no segundo trimestre, o crescimento médio do primeiro semestre ficou em 1,25%, um ponto percentual abaixo do registrado em 2024. O relatório também destacou que a volatilidade no comércio e nos estoques, provocada pelas tarifas, distorceu os dados gerais do PIB neste ano. Por isso, os economistas estão concentrando a análise nas vendas finais para compradores privados domésticos — uma medida mais restrita da demanda —, que subiram apenas 1,2% no segundo trimestre, o ritmo mais lento desde o final de 2022.
A tendência de enfraquecimento da demanda nos dois últimos trimestres agora é evidente, e o crescimento parece estar aquém de seu potencial de longo prazo. Muitos economistas acreditam que isso poderá levar o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) a retomar os cortes na taxa de juros — possivelmente mais cedo do que se imaginava.
À luz dos novos dados — e apesar de meses de pressão pública, ameaças e críticas nas redes sociais por parte de Donald Trump —, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou ontem que as taxas de juros continuam em um nível apropriado para lidar com a incerteza persistente relacionada às tarifas e à inflação.
Powell declarou, na quarta-feira, após a decisão do banco central de manter as taxas inalteradas, que ainda havia muitas incertezas a serem resolvidas e que o fim desse processo não parecia estar próximo.
O FOMC votou por 9 a 2 a favor de manter a taxa dos fundos federais na faixa de 4,25% a 4,50%. Os governadores Christopher Waller e Michelle Bowman — ambos indicados por Trump — divergiram, votando por um corte de 25 pontos-base.
Perspectiva técnica para o EUR/USD: Os compradores agora precisam reconquistar o nível de 1,1460. Um movimento acima desse patamar abriria caminho para um teste da região de 1,1500. A partir daí, pode-se mirar 1,1535, embora isso seja difícil sem o apoio dos grandes participantes do mercado. O alvo de alta mais distante está em 1,1570.
Em caso de recuo, espera-se uma forte atividade compradora próximo de 1,1410. Se esse nível não atrair interesse, uma queda para 1,1370 ou até 1,1345 pode oferecer novas oportunidades de compra.
Perspectiva técnica para o GBP/USD: Os compradores da libra precisam romper a resistência mais próxima, em 1,3275. Isso abriria espaço para um movimento em direção a 1,3310, embora superar esse nível provavelmente seja difícil. O alvo de alta mais distante está em 1,3340.
Se o par recuar, os vendedores tentarão retomar o controle em 1,3230. Um rompimento convincente abaixo dessa faixa representaria um golpe significativo para os compradores e poderia levar o GBP/USD a 1,3180, com possível extensão até 1,3125.