Os índices acionários dos EUA fecharam em baixa novamente ontem, com o S&P 500 caindo 0,37% e o Nasdaq 100 caindo 0,04%. O Dow Jones Industrial Average caiu 0,43%.
Os mercados acionários globais acumulam agora seis sessões consecutivas de queda, marcando a mais longa sequência de perdas desde setembro de 2023. A tendência negativa persiste em meio à nova rodada de aumentos tarifários anunciada pelo presidente Donald Trump, que entrou em vigor hoje. Nem mesmo dois dias de resultados sólidos por parte das principais gigantes da tecnologia foram suficientes para melhorar o sentimento dos investidores.
Os mercados europeus abriram em queda, acompanhando o desempenho da Ásia, onde as ações também registraram perdas. A expectativa é de que os aumentos tarifários prejudiquem os lucros corporativos, especialmente entre empresas fortemente expostas ao comércio internacional. O índice MSCI All Country World recuou 0,2%, enquanto os futuros do S&P 500 e do NASDAQ caíram 0,4%, e os contratos europeus perderam 0,6%. Já os índices asiáticos caíram 0,7%, completando seu sexto dia consecutivo de perdas — a mais longa sequência do ano até agora.
Nesta sexta-feira, o dólar norte-americano permaneceu praticamente estável após registrar seu primeiro ganho mensal desde a posse de Trump, em janeiro. O franco suíço recuou ligeiramente após a decisão do presidente de impor uma tarifa de 39% sobre as exportações suíças para os EUA. O dólar taiwanês caiu pela sétima sessão consecutiva — a mais longa sequência desde junho de 2023 — após a imposição de uma tarifa de 20% sobre os produtos da ilha.
As tarifas mais recentes elevaram significativamente a média das tarifas dos EUA sobre importações globais, intensificando a campanha de Trump para reestruturar o comércio internacional. As crescentes preocupações quanto ao impacto econômico dessas medidas agora ofuscam o rali tecnológico impulsionado pela inteligência artificial, que recentemente sustentava os principais papéis de tecnologia.
Ainda assim, vale destacar que as tarifas-base impostas por Trump aos principais parceiros comerciais permanecem em 10% — o mesmo nível estabelecido em abril —, o que alivia parte dos temores gerados após ele ter sinalizado a possibilidade de dobrar essas taxas.
Segundo economistas, a tarifa média de importação dos Estados Unidos deve subir para 15,2%, ante 13,3% anteriormente — e bem acima dos 2,3% registrados em 2024, antes de Donald Trump assumir o cargo. Espera-se que esse aumento tenha um impacto negativo sobre o comércio global e o crescimento econômico, pressionando as ações para baixo a partir dos níveis elevados recentes. A incerteza persistente também deverá pesar sobre as decisões corporativas e dificultar ainda mais a expansão econômica.
Nesse contexto, muitas ações norte-americanas recuaram na quinta-feira, apagando os ganhos anteriores impulsionados pelos lucros do setor de tecnologia. A Microsoft Corp. chegou brevemente a ultrapassar os 4 trilhões de dólares em valor de mercado, enquanto a Apple Inc. avançou no pós-mercado após superar as expectativas de vendas. Por outro lado, a Amazon.com Inc. caiu devido a projeções mais fracas para os próximos trimestres.
Hoje, o foco dos investidores se volta para o relatório de emprego dos EUA referente a julho. As previsões indicam que as empresas estão se tornando mais cautelosas com as contratações, e o ritmo de crescimento do emprego deve desacelerar em relação a junho. A taxa de desemprego está projetada para subir para 4,2%.
Em relação à perspectiva técnica do S&P 500, a principal meta dos compradores hoje é ultrapassar a resistência mais próxima de US$ 6.320. Um movimento através desse nível daria suporte a mais altas em direção a US$ 6.331. A retomada do controle acima de US$ 6.343 fortaleceria a perspectiva de alta. Se o apetite pelo risco enfraquecer, os compradores precisam defender a zona de US$ 6.308. Um rompimento abaixo desse nível poderia rapidamente empurrar o índice para baixo, para US$ 6.296, e potencialmente abrir caminho para US$ 6.285.
