Hoje, o par USD/JPY tenta se recuperar da queda registrada na última sexta-feira — mas, até o momento, sem sucesso.
Na sexta-feira, o Bureau of Labor Statistics (BLS) dos Estados Unidos divulgou os dados de julho, revelando a criação de apenas 73 mil novos empregos na economia, número bem abaixo das expectativas do mercado, que estimavam 110 mil. Além disso, os dados de criação de vagas fora do setor agrícola foram significativamente revisados para baixo: de 144 mil para 19 mil em maio e de 147 mil para 14 mil em junho.
Outros componentes do relatório mostraram um leve aumento na taxa de desemprego, de 4,1% em junho para 4,2% em julho, em linha com as previsões dos analistas. Já os ganhos salariais médios por hora subiram de 3,8% para 3,9%. A reação do mercado foi imediata: os traders passaram a precificar uma probabilidade superior a 80% de que o Federal Reserve reduza os juros na reunião de setembro.
A ferramenta FedWatch, do CME Group, agora aponta para um corte acumulado de cerca de 65 pontos-base na taxa de juros do Fed até o fim do ano. Também foi confirmado que a governadora do Federal Reserve, Adriana Kugler, deixará seu cargo antecipadamente, em 8 de agosto — notícia que provocou uma forte queda nos rendimentos dos Treasuries e aumentou a pressão sobre o dólar.
A cotação do par USD/JPY já recuou mais de 350 pontos desde o nível de 151,00 registrado no fim de março. No entanto, o par encontrou suporte na região psicológica de 147,00 durante a sessão asiática desta segunda-feira. O potencial de valorização do iene continua limitado, uma vez que o mercado espera que o Banco do Japão não eleve os juros de imediato, dada a ausência de uma pressão inflacionária mais forte.
Na última reunião, o Banco do Japão revisou sua projeção de inflação e reiterou sua disposição de elevar a taxa básica — desde que as tendências econômicas e de preços estejam alinhadas com suas estimativas. O presidente Kazuo Ueda afirmou que os riscos inflacionários podem estar sendo subestimados e não descartou uma alta de juros no curto prazo. Ele também ressaltou que as decisões serão baseadas nos dados disponíveis e tomadas sem viés. No entanto, as eleições recentes e a derrota do Partido Liberal Democrático, atualmente no poder, podem adiar um eventual aperto monetário, exercendo pressão adicional sobre o iene.
Para melhores oportunidades de negociação ao longo do dia, vale acompanhar a divulgação dos dados de pedidos à indústria nos EUA — que podem atuar como catalisadores na segunda metade da sessão, antecedendo a publicação da ata da reunião de política monetária do Banco do Japão, na terça-feira.
Do ponto de vista técnico, a quebra da média móvel de 200 dias (SMA) na sexta-feira — com fechamento abaixo dos níveis de 148,00 e 147,60 — serviu como um importante gatilho de baixa. No entanto, os osciladores no gráfico diário, embora tenham recuado em relação aos níveis mais altos, ainda não entraram em território negativo. Isso, por sua vez, está ajudando o par a encontrar suporte próximo do nível psicológico de 147,00 e da média móvel de 100 dias (SMA), situada em torno de 146,77 — que permanece como um nível crítico. Uma quebra sustentada abaixo desse suporte abriria caminho para a região de 146,00 ou até níveis inferiores.
Por outro lado, a recuperação enfrenta resistência imediata no nível redondo de 148,00. Uma quebra acima dessa marca poderia levar o par a testar a barreira horizontal de 148,50. Avanços adicionais podem impulsionar os preços à vista em direção ao próximo nível psicológico de 149,00. Um movimento firme acima desse patamar mudaria o viés a favor dos compradores, permitindo ao USD/JPY testar o nível-chave de 150,00, com alguma resistência intermediária proveniente da média móvel de 200 dias, próxima de 149,50.