Os índices asiáticos subiram hoje, impulsionados por compras em baixa e pelo aumento das expectativas de possíveis cortes nas taxas de juros. O índice MSCI Ásia-Pacífico avançou 0,7%, liderado principalmente pela Coreia do Sul. Os futuros do S&P 500 subiram 0,2%, após o maior ganho diário do índice desde maio. Já os futuros das ações europeias registraram alta de 0,4%. Os rendimentos dos Treasuries dos EUA caíram levemente em toda a curva, embora o rendimento das notas de 2 anos — mais sensíveis às expectativas de política monetária — tenha subido mais de 2 pontos-base, para 3,70%. O índice do dólar americano avançou 0,1%.
O petróleo se estabilizou após três dias de queda, com os investidores reavaliando os riscos sobre o fornecimento russo depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, renovou sua promessa de penalizar a Índia por suas compras de petróleo bruto russo.
Os traders estão cada vez mais precificando um corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve, após o fraco relatório de empregos divulgado na sexta-feira, que desencadeou uma forte liquidação no mercado de ações e uma expressiva alta nos títulos. Os dados fracos do mercado de trabalho aumentaram os temores de uma desaceleração no crescimento econômico, levando a uma reavaliação das perspectivas da política monetária do Fed. Em vez de uma pausa cautelosa, os mercados agora se inclinam para uma postura mais acomodatícia, com o objetivo de apoiar a economia diante dos sinais de possível enfraquecimento.
Essa mudança de sentimento teve um impacto significativo nas classes de ativos. Por um lado, a queda anterior das ações refletiu a ansiedade dos investidores quanto aos lucros corporativos em um ambiente econômico mais fraco. Por outro, a forte valorização dos títulos evidenciou uma busca por segurança, à medida que os investidores buscavam proteção contra a volatilidade.
As ações se recuperaram ontem das mínimas de abril, impulsionadas pelo otimismo de que as empresas americanas podem suportar os efeitos das novas tarifas e que a economia dos EUA poderá evitar uma recessão. Após a divulgação do relatório de empregos, os mercados passaram a estimar uma probabilidade de 80% de um corte nas taxas do Fed na próxima reunião. Após a sessão de segunda-feira, essa probabilidade saltou para quase 95%.
A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, afirmou que o momento para cortes nas taxas está se aproximando, citando evidências crescentes de um arrefecimento do mercado de trabalho e a ausência de uma inflação duradoura proveniente das tarifas, informou a Reuters. "Eu estava disposta a esperar mais um ciclo, mas não posso esperar para sempre", disse Daly, referindo-se à decisão do Fed na semana passada.
Quanto às perspectivas técnicas para o S&P 500, a principal tarefa dos compradores hoje é romper a resistência mais próxima, em US$ 6.335, o que poderia permitir novos avanços em direção a US$ 6.364. Avançar acima de US$ 6.373 solidificaria ainda mais a posição dos otimistas. No lado negativo, caso o apetite pelo risco diminua, os compradores devem manter a linha de suporte em torno de US$ 6.343. Uma quebra desse suporte empurraria rapidamente o índice de volta para US$ 6.331 e potencialmente abriria o caminho para US$ 6.220.