Finalmente, o tema da guerra comercial de Donald Trump ficou, pelo menos por algum tempo, em segundo plano, não desapareceu, mas permitindo que outros eventos importantes assumissem o protagonismo. Entre os acontecimentos políticos e até geopolíticos, o principal é a reunião entre os líderes da Rússia e dos Estados Unidos no Alasca, no fim desta semana. Do ponto de vista econômico, o evento-chave é, naturalmente, a divulgação do relatório de inflação dos EUA.
Todo o cenário de notícias está dominado pela cobertura da cúpula iminente entre Vladimir Putin e Donald Trump. Trata-se, de fato, de um evento de grande relevância que, se bem-sucedido, pode se tornar um fator positivo de longo prazo para os mercados financeiros. Um acordo inicial para resolver a crise ucraniana, seguido de sua resolução completa, assim como a possível assinatura de importantes acordos bilaterais entre EUA e Rússia, levariam a uma redução significativa das tensões geopolíticas globais. Isto, em primeiro lugar, teria um impacto negativo sobre os preços do ouro como ativo de refúgio, ao mesmo tempo em que exerceria um efeito positivo geral sobre os mercados. Nessa categoria também se enquadra a prorrogação da pausa na guerra comercial entre Washington e Pequim por mais 90 dias.
Quanto ao segundo tema-chave do dia, a divulgação dos dados de inflação ao consumidor dos EUA pode influenciar a probabilidade de um corte de juros pela Reserva Federal em setembro e também pode ter efeito duradouro. Os investidores associam esse relatório à probabilidade de um corte de juros no próximo mês. Um aumento desse indicador macroeconômico acima das previsões, lembrando que se espera que a inflação ao consumidor anual geral suba de 2,7% para 2,8%, a inflação subjacente passe de 2,9% para 3,0%, enquanto a inflação mensal geral caia de 0,3% para 0,2% em julho e a inflação mensal subjacente aumente de 0,2% para 0,3%, pode exercer pressão moderada sobre as expectativas de corte de juros em setembro. Isso poderia ter um efeito negativo sobre a demanda por ações e sustentar a taxa de câmbio do dólar.
Ao mesmo tempo, este cenário provavelmente será de curta duração, já que Donald Trump, que vem defendendo ativamente cortes de juros para níveis tão baixos quanto 1,0% ou até zero, busca estimular a produção interna, algo extremamente difícil de alcançar com a taxa básica de juros em 4,50%. Por isso, acredito que qualquer queda potencial do mercado será temporária e, em seguida, substituída por crescimento sustentado pelas mesmas expectativas de cortes de juros.
Em suma, ao avaliar o quadro geral do mercado, considero que ele permanece moderadamente positivo e provavelmente continuará assim até que sejam conhecidos os resultados da reunião entre os líderes da Rússia e dos Estados Unidos.
Previsão do dia:
AUD/USD
O par está sendo negociado acima do nível de 0,6495. Um possível aumento da inflação nos EUA pode exercer uma pressão limitada sobre o par, empurrando-o para baixo em direção a 0,6425. A marca de 0,6489 pode servir como um nível de venda.
#USDX
O índice do dólar americano pode receber suporte de curto prazo se a inflação ao consumidor nos EUA aumentar. Nesse caso, ele pode subir em direção a 99,00 pontos após ultrapassar o nível de 98,60. A marca de 98,67 pode servir como um nível de compra.