A estrutura de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD tem se mantido inalterada por vários meses, o que é bastante encorajador. Mesmo quando surgem ondas corretivas, a integridade da formação é preservada, permitindo projeções mais precisas. É importante ressaltar que, na prática, os padrões de ondas nem sempre se apresentam de forma idêntica aos exemplos clássicos.
Essa consistência técnica coincide com um cenário fundamental que continua a favorecer moedas distintas do dólar. A fase de alta da tendência segue ativa, apesar da guerra comercial iniciada por Donald Trump ainda estar em curso e do confronto com o Federal Reserve persistir. As expectativas por uma postura mais dovish do Fed crescem, mesmo com a "grande lei" fiscal de Trump, que deverá aumentar a dívida nacional dos EUA em cerca de 3 trilhões de dólares. O presidente mantém sua estratégia de elevar tarifas e introduzir novas, e o mercado permanece cético quanto aos resultados dos primeiros seis meses de seu mandato, apesar do PIB ter registrado crescimento de 3% no segundo trimestre.
Do ponto de vista técnico, acredita-se que a onda 4 esteja concluída. Se essa leitura se confirmar, a formação da onda impulsiva 5 já está em andamento, com alvos potenciais próximos de 1,25. Embora exista a possibilidade de a onda 4 se estender em uma estrutura corretiva mais longa, esse cenário é menos provável e o foco permanece no desenvolvimento da próxima fase da tendência.
Na última terça-feira, o EUR/USD avançou algumas dezenas de pontos base, mas esse movimento poderia ter sido ainda mais forte até o fechamento do dia. Isso porque o destaque ficou por conta do relatório de inflação, que acabou ofuscando os demais indicadores, ainda que seu impacto tenha sido limitado. O motivo é simples: o Fed deve cortar as taxas de juros em setembro praticamente em qualquer cenário — e provavelmente seguirá com novos cortes nos meses seguintes. Nesse contexto, o mercado vem dando prioridade às condições do mercado de trabalho dos EUA, que agora substituem a inflação como fator-chave para as decisões de política monetária.
Os dados de inflação de julho não indicaram aceleração, e mesmo que a taxa anual tivesse subido para 2,9%, o efeito sobre as expectativas seria mínimo. Essa ausência de aceleração reforça a percepção de que, no momento, a visão de Donald Trump encontra mais respaldo do que a de Jerome Powell. A expectativa permanece de que a inflação crescerá até o final do ano, ainda que seja possível que os efeitos das tarifas comerciais ainda não tenham se refletido plenamente nos preços.
De qualquer forma, a estabilidade do índice de preços ao consumidor em julho fortalece o argumento para que o Fed retome o ciclo de afrouxamento monetário. Caso a inflação não acelere consistentemente nos próximos meses, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) poderá considerar cortes nas taxas em todas as reuniões restantes do ano. Esse cenário tende a manter a pressão sobre o dólar, favorecendo a continuidade da alta no EUR/USD. Assim, tanto a análise técnica quanto o cenário fundamental indicam a mesma direção.
Conclusões gerais
Com base na análise do EUR/USD, o par segue em uma fase de alta da tendência. O padrão de ondas continua totalmente influenciado pelo cenário de notícias relacionado às decisões de Trump e à política externa dos EUA. Os alvos da tendência podem chegar até o nível de 1,25. Por isso, continuo considerando posições de compra com metas próximas a 1,1875, que corresponde à extensão de Fibonacci de 161,8%, e níveis superiores. Presumo que a onda 4 já foi concluída, tornando este um bom momento para comprar.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas de ondas devem ser simples e claras. Estruturas complexas são difíceis de negociar e frequentemente mudam.
- Se não houver confiança na situação do mercado, é melhor ficar fora.
- Nunca pode haver 100% de certeza na direção do mercado. Sempre use ordens de Stop Loss para proteção.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.