No encerramento da sessão de ontem, os índices de ações dos Estados Unidos fecharam em alta. O S&P 500 avançou 1,13%, enquanto o Nasdaq 100 subiu 1,39%. O índice industrial Dow Jones registrou ganho de 1,10%.
Os índices atingiram níveis recordes após a divulgação dos dados de inflação dos EUA, que aliviaram preocupações com a alta de preços e reforçaram as expectativas de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve em setembro. Os investidores reagiram positivamente à desaceleração do crescimento do índice de preços ao consumidor, na esperança de que isso permita ao Fed adotar uma política monetária mais flexível. Sinais de arrefecimento no mercado de trabalho também fortalecem o argumento a favor de cortes de juros. Esse cenário cria um ambiente favorável para as empresas, especialmente do setor de tecnologia, que historicamente se beneficiam de taxas de juros baixas, estimulando investimentos e crescimento.
No entanto, apesar do otimismo, os investidores não devem se deixar levar pela euforia. A inflação ainda está acima da meta de 2% da Reserva Federal (Fed), e cortes prematuros nas taxas de juros podem provocar uma nova aceleração nos preços. Além disso, a instabilidade geopolítica e possíveis interrupções nas cadeias de suprimentos, após a introdução de tarifas comerciais, permanecem como fatores de risco que podem desequilibrar a economia.
O índice MSCI All Country World subiu 0,2%, atingindo uma máxima histórica, acompanhando o movimento de Wall Street em direção a novos recordes, já que os mercados monetários praticamente precificaram totalmente um corte de 25 pontos-base na taxa do Fed no próximo mês. Os futuros dos principais índices acionários europeus avançaram 0,4%, sinalizando que o rali pode continuar. O índice asiático de ações ganhou 1,1%, com o Nikkei 225 atingindo um recorde histórico.
A volatilidade no mercado de Treasuries dos EUA também diminuiu. O índice ICE BofA MOVE, que reflete as variações esperadas nos rendimentos, caiu para o nível mais baixo desde janeiro de 2022. Os Treasuries registraram alta, levando o rendimento do título de 10 anos a 4,28%. O dólar se estabilizou após a queda registrada na terça-feira.
Embora a inflação subjacente dos EUA tenha acelerado para o ritmo mais rápido desde o início do ano, o crescimento moderado dos preços de bens amenizou os temores de que os custos comerciais possam gerar pressões inflacionárias mais amplas. Após a divulgação do índice de preços ao consumidor, os investidores voltarão sua atenção para os dados de vendas no varejo dos EUA, que serão divulgados na sexta-feira.
Neste ano, o Fed manteve as taxas inalteradas, buscando avaliar se as tarifas provocarão uma inflação persistente. Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho, o segundo pilar do seu duplo mandato, mostra sinais de perda de dinamismo.
Enquanto isso, o dólar norte-americano se estabilizou durante a sessão asiática, após uma queda de 0,4% no pregão anterior. A taxa de câmbio permanece estável, à espera de eventos-chave no final desta semana, incluindo os dados de vendas no varejo dos EUA e os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia.
No cenário técnico do S&P 500, a principal tarefa dos compradores hoje será romper o nível de resistência mais próximo, em 6.457 dólares. Esse movimento ajudaria a estender o rali e abriria caminho para um avanço até o novo nível de 6.473 dólares. Igualmente importante será manter o controle acima de 6.490 dólares, o que reforçaria a posição dos compradores. Caso aconteça uma correção, diante da redução do apetite por risco, eles precisarão defender a área de 6.441 dólares. Uma quebra abaixo desse nível pode empurrar rapidamente o índice para 6.428 dólares e abrir caminho para 6.414 dólares.
