O índice do dólar dos EUA, que mede o desempenho da moeda frente a seis divisas principais, está sendo negociado pouco acima de 97,80, tentando recuperar as perdas recentes, mas com pouco sucesso até agora. Dados macroeconômicos decepcionantes — incluindo o relatório de Folhas de Pagamentos Não-Agrícolas (NFP) de julho, que revelou sinais de fraqueza no mercado de trabalho —, aliados à crescente expectativa de que o Federal Reserve cortará juros em breve, continuam pressionando o dólar.
Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, a probabilidade de um corte já em setembro está próxima de 100%, com pelo menos duas reduções projetadas até o fim do ano. Esse cenário foi reforçado pelos dados de inflação ao consumidor divulgados na terça-feira, em linha com as previsões, e pela fraqueza apontada no relatório do NFP.
Donald Trump aumentou a pressão sobre o presidente do Fed, Jerome Powell, defendendo cortes mais agressivos. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, sugeriu que a instituição deveria considerar uma redução de 50 pontos-base já no próximo mês. Trump chegou a afirmar que a taxa de juros deveria estar em torno de 1%, pedindo cortes de 3 a 4 pontos percentuais, descrevendo os níveis atuais apenas como números "no papel".
Do outro lado, vozes dentro do próprio Fed mostram cautela. Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, disse estar mais preocupado com a alta da inflação básica no mês passado do que com a fraqueza do emprego, expressando ceticismo quanto à necessidade de um corte em setembro. Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, reconheceu a desaceleração do mercado de trabalho e os impactos potenciais das tarifas, mas evitou se comprometer sobre mudanças imediatas na política monetária.
Enquanto isso, os rendimentos dos Treasuries permanecem baixos, com investidores atentos ao impacto das tarifas sobre a economia e à divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) ainda nesta sessão.
No aspecto técnico, a queda abaixo das médias móveis de 100 e 200 períodos (SMA) no gráfico de 4 horas favorece os vendedores, reforçada por osciladores negativos no mesmo período. O suporte imediato está em 97,60; abaixo desse nível, a queda pode se intensificar em direção ao patamar psicológico de 97,00. Já a resistência mais próxima aparece na média móvel de 200 períodos, em torno de 98,00. Um rompimento sustentado acima desse ponto abriria espaço para a média de 100 períodos e poderia devolver vantagem aos compradores. No gráfico diário, porém, os osciladores seguem mistos, sugerindo que ainda não há força suficiente para uma tendência de baixa mais acentuada.