O padrão de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD permanece inalterado há vários meses, o que é um sinal positivo. Mesmo com a formação de ondas corretivas, a estrutura geral segue preservada, permitindo previsões consistentes. É importante lembrar que os padrões de ondas nem sempre coincidem exatamente com os exemplos clássicos descritos nos manuais.
Atualmente, está em curso a formação de um segmento de tendência de alta, com o pano de fundo noticioso favorecendo, em grande medida, o euro frente ao dólar. A guerra comercial iniciada por Donald Trump continua, assim como o embate com o Federal Reserve, enquanto crescem as expectativas de uma postura mais dovish da autoridade monetária. Além disso, a chamada One Big Law de Trump deverá elevar a dívida pública dos EUA em cerca de US$ 3 trilhões, ao mesmo tempo em que novas tarifas são impostas. O mercado, de modo geral, mantém uma avaliação negativa sobre os primeiros seis meses de mandato de Trump, apesar do crescimento de 3% no PIB no segundo trimestre.
Nesse cenário, é possível presumir que a onda 4 já foi concluída. Caso essa hipótese se confirme, iniciou-se a formação da onda impulsiva 5, cujo alvo potencial estaria em torno de 1,25. Ainda existe a chance de a onda 4 se transformar em uma correção mais longa em cinco ondas, mas, no momento, a análise considera mais provável o cenário de continuação da tendência de alta.
Na sessão mais recente, o EUR/USD avançou cerca de 70 pontos-base, sustentado por forte demanda desde as primeiras horas do dia, inclusive durante a madrugada. Isso chama a atenção, já que, na quinta-feira anterior, o dólar havia mostrado força. Naquela ocasião, quatro relatórios importantes foram divulgados nos EUA e na Europa, mas apenas o Índice de Preços ao Produtor (PPI) norte-americano teve impacto relevante. O PPI mensal subiu 0,9%, bem acima do intervalo típico de 0,2% a 0,3%. O mercado interpretou o resultado como um possível obstáculo ao avanço de uma política monetária mais acomodatícia, já que a aceleração inflacionária reduz a probabilidade de cortes agressivos nos juros.
Ainda assim, como destacado na análise anterior, os ganhos do dólar configuraram apenas uma correção dentro da tendência de alta do euro. O relatório do PPI diminuiu a expectativa de cortes mais profundos, mas não alterou de forma significativa as projeções para setembro, e sim para o ritmo do ciclo de afrouxamento ao longo de 2025.
Em outras palavras, o mercado passou a considerar um cenário de inflação mais persistente. Se o avanço dos preços se confirmar, o Fed, ainda comprometido em sustentar o mercado de trabalho, poderá reduzir juros de maneira mais gradual do que se cogitava anteriormente. Antes da divulgação do PPI, especulava-se até três cortes em 2025 ou mesmo um corte de 50 pontos-base em setembro; agora, prevalece a expectativa de duas reduções, em linha com as indicações do próprio Fed desde o início do ano.
Dessa forma, com base no padrão de ondas e no atual contexto macroeconômico, o dólar apresenta poucas chances de reverter a tendência de alta do euro ou de retomar uma quinta onda dentro da estrutura corretiva da onda 4 maior.